Primeiro cometa de 2020 cai no Sol logo após ser avistado

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O primeiro cometa descoberto em 2020 não deu aos astrônomos nem tempo de nomeá-lo, antes de ser vaporizado ao colidir com o Sol. Mas pode-se dizer que esse é o comportamento de risco desse grupo particular de astros errantes: os cometas rasantes Kreutz sempre tiram finos do Sol ao orbitá-lo.

No caso deste anônimo em particular, seu astrocídio foi captado pelo Observatório Solar e Heliosférico (em inglês, Solar and Heliospheric Observatory, ou SOHO), uma sonda conjunta da NASA com a Agência Espacial Europeia (ESA). O disco tapando o sol é o LASCO (Large Angle Spectrometer Coronagraph, ou Coronógrafo Espectrométrico de Grande Ângulo), um anteparo disposto à frente da lente para desviar o brilho intenso solar, permitindo observar somente a luz da coroa.

Cometa 2020

A notícia foi dada no Twitter pelo astrofísico Karl Battams, que dirige o Projeto Sungrazing Comets (“Cometas Rasantes”) da NASA no Laboratório de Pesquisa Naval em Washington DC, EUA. 

O SOHO é um excelente caçador de cometas, mas é preciso que um ser humano analise as imagens que ele capta e consiga distinguir um novo cometa entre milhares de objetos que cruzam a órbita do sol. Quem notou o suicida Kreutz foi o astrônomo amador tailandês Worachate Boonplod. Pela imagem abaixo (captada às 15h51 do último dia 10) você pode ver que esse trabalho não é tão simples – ou fácil.

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"Na verdade, é bastante incomum que o SOHO tenha levado tanto tempo para registrar um cometa. Desde 2008, não se demorava tanto para descobrir o primeiro do ano. Já catalogamos 3.900 cometas e devemos passar dos quatro mil em algum momento de 2020", disse Battams ao site Spaceweather.com

Suicidas estelares

Os cometas rasantes Kreutz são suicidas em potencial porque orbitam perigosamente perto do Sol. Acredita-se que essa família seja, na verdade, os restos de um cometa gigantesco que se partiu há séculos. O alemão Heinrich Kreutz foi o astrônomo que, no século 18, relacionou-os a uma só origem.

Por conta de sua atração pelo Sol, os membros da família Kreutz sempre propiciam grandes espetáculos – o maior deles foi a apresentação do Cometa Ikeya-Seki em 1965, um dos mais brilhantes a riscar os céus nas últimas décadas.

O cometa Cometa Ikeya-Seki, fotografado na noite de 30 de outubro de 1965 pelo astrônomo do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA James Whitney Young. (Fonte: Wikipedia Commons/Reprodução)

Se você quiser se arriscar a descobrir algum cometa errante, tanto imagens do sol (a que ilustra essa matéria foi feita hoje, às 13h19) como da área próxima à sua coroa estão disponíveis nos sites do programa SOHO.

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