Uma equipe de cientistas descobriu evidências de que a Via Láctea pode estar em meio a uma fusão galáctica. Mais precisamente, o time – composto por pesquisadores do Centro de Astrofísica Computacional do Instituto Flatiron, nos EUA – identificou um aglomerado de estrelas “recém-nascidas” em uma região situada nos limites da nossa galáxia, quando o normal é que essas áreas abriguem as grandes “anciãs” que compõem a nossa vizinhança cósmica, sugerindo que uma colisão pode estar em andamento.
Fusão galáctica
Você deve saber que a Via Láctea e Andrômeda estão em rota de colisão e deverão se fundir em alguns bilhões de anos. Mas essa não é a única trombada galáctica esperada pelos cientistas. Faz algum tempo que os astrônomos previram que a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães – duas galáxias-anãs que “habitam” nas imediações da Via Láctea – deveriam ser incorporadas pela nossa em algum momento no futuro. O que ninguém esperava é que esse evento já pudesse estar acontecendo. No entanto, é isso o que indica a descoberta do aglomerado de estrelas-bebês feita pelos cientistas do Flatiron.
De acordo com Ryan Whitwam, do site Extreme Tech, os astros foram identificados graças a dados coletados pelo observatório espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia. As estrelas somam por volta de 117 milhões de anos – ou o equivalente a um piscar de olhos comparado aos bilhões de anos que as estrelonas que habitam as regiões mais externas da Via Láctea têm – e formam um grupo (bastante jovial) contendo menos de mil corpos em meio às velhotas que dominam a área.
Os levantamentos realizados pelo observatório também revelaram que a composição dessa nova “população” se caracteriza por uma baixa quantidade de metais. Coincidentemente, as estrelas que fazem parte da Corrente de Magalhães – um fluxo de poeira e gás cósmico situado entre as extremidades das Nuvens de Magalhães e a Via Láctea, formado por conta interação da nossa galáxia e as 2 galáxias-anãs – apresentam composição semelhante.
Além disso, a formação das estrelas observadas no aglomerado tem a ver com a interferência da nossa galáxia – uma vez que foi a força gravitacional da Via Láctea que fez com que o material presente na Corrente de Magalhães se comprimisse e agregasse até, eventualmente, dar origem aos astros. Ademais, também foi essa atração que acabou por puxar as estrelas para as nossas bandas e, agora, os astrônomos deverão trabalhar na estimativa de quando a fusão das Nuvens de Magalhães e a Via Láctea será concluída.
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