Conhecemos “hibernação espacial” de filmes de ficção científica. Assim como demonstrado em Passageiros, de 2016, viagens interplanetárias são desgastantes e exigem toneladas de suprimentos — problema que pode ser contornado ao colocar os passageiros em sono profundo durante a viagem.
Utilizando essa ideia como inspiração, a Agência Espacial Europeia (ESA) está estudando formas de aplicação da técnica em astronautas reais. Segundo a agência, para que haja sucesso nas futuras missões de longa duração, hábitos dos astronautas precisarão mudar radicalmente e a indução à um estado de animação suspensa pode ser uma alternativa.
Além de proporcionar mais conforto à tripulação, a hibernação reduziria a quantidade de recursos necessários para sobrevivência e, consequentemente, baratearia a viagem. Da mesma forma, o espaço de vida dos astronautas não seria mais necessário, então naves poderiam ser até um terço menores.
O pesquisador Robin Biesbroek ressalta que a técnica ainda demanda muito tempo de estudo antes de ser colocada em prática. “Focamos em como uma equipe de astronautas poderia ser melhor colocada em hibernação, o que fazer em caso de emergências, como lidar com a segurança humana e até mesmo qual impacto a hibernação teria na psicologia da equipe.”, explica Biesbroek.
Ficção científica ainda é somente ficção
A simplicidade do conceito não necessariamente torna-o praticável. A equipe de pesquisadores da ESA reitera que a tecnologia atual não permite pensar em hibernação como demonstrado nos cinemas — mas algo próximo ao hábito de ursos.
Assim como esses animais, astronautas teriam taxa metabólica reduzida em 75%, estimam os pesquisadores. O método também está sendo estudado na medicina, já que facilitaria procedimentos cirúrgicos muito longos — com anos de duração — e na terapia de vários traumas.
Os agentes da ESA devem começar testes dos mecanismos de desaceleração metabólica em animais e, posteriormente, em pacientes humanos.
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