Aranhas e formigas andando sobre a água são uma das coisas mais maneiras de se ver. Pois era essa a imagem que pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, tinham em mente ao desenvolver uma estrutura metálica que não afunda.
O segredo não está no metal, e sim na técnica usada: rajadas de lasers, liberadas em femtossegundos (cada 1 equivale a 1 quadrilionésimo de segundo), gravam na superfície do metal padrões em micro e nanoescala. Essas estampas formam estruturas que capturam o ar e tornam as superfícies repelentes à água.
Aranhas caminham sobre a água graças à estrutura sob suas patas e seu corpo. (Fonte: Universidade de Rochester)
Duas placas de alumínio receberam as rajadas de laser e foram unidas, com as superfícies tratadas voltadas para dentro, e não para fora, ficando imunes ao desgaste natural pelo uso. No interior desse sanduíche de metal, o ar preso faz a estrutura inteira flutuar — praticamente como um compartimento à prova d'água.
Segundo o autor principal do projeto, Zhibing Zhan, depois de 2 meses submersa a estrutura voltou à superfície. O mesmo aconteceu quando as placas de alumínio foram perfuradas; o ar preso no restante do sanduíche ainda consegue manter as placas à tona.
E não somente alumínio pode ser usado. Na conclusão do estudo (financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, pelo Escritório de Pesquisa do Exército dos EUA e pela National Science Foundation), qualquer metal ou liga metálica pode ser tratado com a mesma técnica.
Metais também podem flutuar. (Fonte: Universidade de Rochester)
Titanic nunca mais
Outras universidades estão investindo na busca por materiais que não afundem e possam ser usados para criar de cascos de navios de guerra a celulares que boiem ao cair na privada, passando por aviões, botes salva-vidas e até mesmo submarinos.
Em 2018, um novo revestimento repelente à água desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Michigan começou a ser testado em navios e submarinos da Marinha dos EUA. Por sua vez, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) trabalha há 6 anos em um material capaz de repelir líquidos com mais eficiência do que a maioria das superfícies comuns.
Fontes