A partir de informações coletadas pela sonda Cassini, da NASA, cientistas da agência espacial norte-americana e da europeia, ESA, conseguiram criar o 1º mapa geológico global de Titã, a maior lua de Saturno, e identificar a existência de grandes quantidades de material orgânico no satélite. Você pode conferir o resultado do mapeamento a seguir, mas, embora o trabalho dos astrônomos seja notável, o importante é que a presença dessas substâncias reforça a esperança de que um dia sejam encontradas formas de vida por lá.
Lua saturniana
O mapa que você acabou de ver foi produzido a partir de uma variedade de dados coletados pela Cassini ao longo da mais de 1 década que a sonda passou estudando Saturno e suas luas. No caso de Titã especificamente, o satélite é o segundo maior do Sistema Solar – vindo apenas depois de Ganimedes, de Júpiter – e o 9º maior astro da nossa vizinhança cósmica, tanto que passa (em tamanho e não em massa) de Mercúrio.
Com relação aos materiais orgânicos identificados na lua saturniana, Titã abriga grandes quantidades de compostos baseados no carbono – elemento indispensável para a existência de vida (como conhecemos) – e eles possuem papel predominante nas dinâmicas que rolam no satélite. Com exceção da Terra, essa lua consiste no único astro do Sistema Solar onde se sabe que existem líquidos estáveis em sua superfície, na forma de lagos e oceanos. No entanto, não se trata de corpos compostos por água.
Gases líquidos
Enquanto aqui no nosso planeta lagos, rios e mares são abastecidos – de uma forma ou outra – pela água da chuva, em Titã existem nuvens carregadas de hidrocarbonetos como o metano e o etano, por exemplo. Na Terra, esses compostos são naturalmente gasosos, mas, na lua de Saturno, onde as temperaturas rondam os – 180 °C, eles são líquidos e “chovem” sobre a superfície do satélite.
Segundo o mapeamento realizado pelos cientistas, apesar de as chuvas de hidrocarbonetos serem registradas por toda a lua, elas são mais frequentes nos polos e, portanto, é nessas áreas que se concentram as maiores quantidades de lagos e mares.
Isso significa que a região equatorial e latitudes próximas em Titã são mais “secas” – e 65% de sua superfície consiste em planícies cobertas de material orgânico, enquanto 17% é formada por dunas compostas de metano congelado. Além disso, cerca de 14% da superfície da lua apresenta montes e montanhas – provavelmente formadas por porções expostas da crosta congelada de Titã.
Sobre a possibilidade de esse curioso ambiente servir de lar para organismos vivos, aqui na Terra existem bactérias que sobrevivem exclusivamente a partir de hidrocarbonetos e água. Assim, os cientistas que criaram o mapa teorizam que, se os materiais orgânicos da superfície penetrarem através da superfície e chegarem até os mares e lagos subterrâneos, onde as temperaturas são um pouco mais elevadas, eles poderiam muito bem servir como fonte de nutrientes para organismos que possam ter evoluído em Titã.
Sim, tudo não passa de especulação de momento e teremos que aguardar até 2034, quando a missão Dragonfly será lançada e o drone que está sendo projetado para investigar se existe vida na lua de Saturno faça seu trabalho. Mas que seria incrível descobrir que a Terra não é o único local a abrigar seres vivos, seria! Você não concorda?
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