“No espaço, temos que usar a autonomia porque, uma vez lançado, não há como recuperar o robô. Na exploração dos oceanos, é fácil puxá-lo de volta e resolver o problema; no espaço, ele deve descobrir o que fazer por si só.” Ao falar com a National Geographic, o cientista planetário e astrobiólogo Kevin Hand referia-se ao BRUIE (acrônimo em inglês para Buyant Rover for Under-Ice Exploration), o pequeno rover da NASA que deverá explorar os oceanos gelados das luas do sistema solar em busca de vida.
Hand e seu grupo de pesquisadores levarão, neste fim de ano, o pequeno BRUIE para a estação de pesquisa australiana de Casey, onde ele será testado nas águas glaciais da Antártida (o mais próximo que existe na Terra dos mares de uma lua extraterreste).
Medindo um metro de extensão e equipado com rodas para rolar sob o gelo, o BRUIE vai coletar dados e capturar imagens da região onde a água e o gelo se encontram. O projeto visa conseguir um explorador aquático autônomo, resistente o bastante para mergulhar em oceanos gelados e navegar sozinho sob capas de gelo com até 20 centímetros de grossura.
Procurando por vida na Terra
Segundo o engenheiro-chefe da missão, Andy Klesh, "descobrimos que a vida também está entre a água e o gelo, e é aí que ele se prende, usando a água mais densa abaixo para sustentá-lo. Além disso, ele pode se desligar sozinho, voltando à atividade somente quando for preciso".
Na Antártica, a NASA vai testar o conjunto de instrumentos do rover e mais as duas câmeras de alta definição para streaming. O objetivo agora é fazer com que ele fique submerso por meses, navegue remotamente e explore águas profundas.
Um fator, porém, não pode ser testado: "Sabemos como detectar vida na Terra, mas, possivelmente, não o que encontrarmos lá fora”, disse o engenheiro mecânico do projeto, Dan Berisford.
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