Apesar de a energia eólica ser renovável, limpa e gerada por uma fonte abundante e prontamente disponível, o custo de manutenção dos equipamentos utilizados em sua produção costuma ser bastante elevado – sem falar que apenas cerca de 30% da energia obtida pode ser convertida em eletricidade. No entanto, cientistas da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo, anunciaram o desenvolvimento de um método que pode mudar esse panorama, uma vez que a técnica que eles criaram pode tornar as turbinas eólicas mais eficientes e econômicas.
Turbina eólicas convencionais
Um dos sistemas mais comuns para a obtenção de energia eólica em uso atualmente no mundo consiste em um gerador de indução de alimentação dupla composto por 2 eletroímãs que coletam informações do ambiente e as transmitem a um gerador. Esses dispositivos também são capazes de ajustar a frequência com a qual a energia é gerada dependendo da velocidade com a qual o vento atinge as hélices da turbina eólica e as faz girar.
Acontece que, para mudar a potência de corrente alternada para contínua, dependendo da velocidade exigida para isso, é necessário um conversor e, no caso de sistemas maiores, o custo de operação pode se tornar bastante elevado. Além disso, embora o processo de geração de energia seja composto por várias fases sucessivas que dependem umas das outras, o gerador conta com controles que regulam o funcionamento do sistema como um todo.
Assim, se, por exemplo, o vento passar a soprar mais forte e, consequentemente, as hélices da turbina passem a girar mais depressa, a conversão e a produção de energia serão ajustadas em conjunto. Trata-se de um sistema bastante estável, mas, o problema é que, além de exigir manutenção constante – e esta não ser barata, especialmente quando estamos falando de sistemas maiores –, e existe a questão da baixa eficiência na geração de eletricidade, fatores que contribuem para o encarecimento da produção de energia eólica.
Inovação
O que os pesquisadores brasileiros – liderados pelo engenheiro Juan Sebastián Solís-Chaves – fizeram foi “desconstruir” o sistema convencional e transformá-lo em 2 independentes: um para a produção de eletricidade e o outro para a resposta de energia, cada um com suas entradas e saídas próprias.
Segundo explicaram os cientistas, com essa nova configuração, além de permitir que se tenha maior controle sobre o sistema, resultando em maior eficiência, o tempo de resposta das turbinas é menor, assim como o desgaste de seus componentes, o que, por sua vez, se traduz em cortes em manutenção. Os pesquisadores pretendem continuar trabalhando no desenvolvimento de sua técnica e a expectativa é de que ocorra uma dramática queda nos custos de produção de energia eólica e todos se beneficiem com isso.
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