De acordo com o modelo convencional, o Universo consiste em uma estrutura plana que está se expandindo em todas as direções desde o seu nascimento, por ocasião do Big Bang, há mais de 13 bilhões de anos. No entanto, dados coletados pela Agência Espacial Europeia (ESA) sugerem que, apesar do que apontam os padrões, as observações e as Leis da Física, o cosmos pode ser esférico – e isso está causando uma verdadeira crise cosmológica.
Crise universal
Os dados que vêm gerando discórdia entre os cientistas foram coletados pelo telescópio espacial Planck, da ESA, cuja missão é a de estudar a radiação cósmica de fundo em micro-ondas – que consiste no remanescente da radiação presente no Universo cerca de 380 mil anos depois de o Big Bang acontecer, ou seja, quando o cosmos era apenas um mero bebê.
Mais especificamente, as informações registradas pela sonda espacial revelaram que a ocorrência de um efeito cósmico chamado “microlente gravitacional” – derivado da lente gravitacional, causada quando a gravidade de um objeto de grandes dimensões provoca distorções no tecido espaço-tempo – era mais elevado do que o previsto pelo modelo padrão. E a explicação para isso é que é possível que, em vez de o Universo ser plano como uma panqueca aberta, ele se pareça mais com um balão sendo inflado.
E que diferença faz? Se fosse possível enviar uma nave em uma travessia pelo cosmos, em um Universo plano, o foguete viajaria sempre em linha reta, enquanto que em um Universo esférico, a espaçonave eventualmente voltaria ao ponto inicial. E se esse for mesmo o caso, todo o modelo cosmológico em vigor teria de ser repensado.
Na verdade, essa questão sobre o a possibilidade de o Universo ser plano e aberto ou esférico e fechado é motivo de debate entre os cientistas há muito tempo. Mas os dados divulgados agora – embora não tenham sido apresentados como sendo conclusivos e sejam necessárias mais observações e estudos – certamente deverão tornar as discussões bem mais acaloradas.
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