De cerca de três bilhões de anos-luz da Terra estão chegando sinais misteriosos, e os astrônomos chineses que os captaram não conseguem decifrar. As rajadas de rádio, curtas e rápidas (denominadas FRB, sigla em inglês de Fast Radio Bursts), foram captadas pelo gigantesco disco do telescópio chinês FAST (acrônimo de Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope, ou Telescópio Esférico de Abertura de quinhentos metros) no fim de agosto.
Segundo a agência chinesa de astronomia Xinhua, a detecção passou por uma série de checagens e reavaliações que confirmaram a região do espaço de onde os sinais vêm (mas não sua origem). Entre o fim de agosto e início de setembro, mais de uma centena de rajadas foram detectados, o maior número até agora registrado na observação da FRB121102, descoberta pelo observatório Arecibo em 2015, cuja origem é uma galáxia anã, na constelação de Auriga.
Origem na colisão de estrelas com buracos negros
Especialistas da Academia Chinesa de Ciências estão analisando os sinais desconhecidos e cruzando com dados de outros para tentar entender mais de onde eles vêm. Atualmente, acredita-se que os FSBs são criados por certos processos no espaço profundo, e não a partir de qualquer tipo de tecnologia alienígena. Uma hipótese predominante é a de que os FRBs são explosões de rádio resultantes da colisão de estrelas de nêutrons com buracos negros.
Segundo os pesquisadores chineses, a detecção desses sinais misteriosos pode ajudar a explicar a origem e os mecanismos físicos dos FRBs, e o FAST terá um grande papel nessa pesquisa. Construído em cinco anos e a um custo de US$ 200 milhões em uma depressão no sudoeste da China, na província de Guizhou, hoje ele abriga pesquisas de astrônomos de todo o mundo, trabalhando em projetos cobre exoplanetas, ondas gravitacionais e raios cósmicos, entre outros.
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