Transistores de fios de linho prometem revolucionar eletrônicos flexíveis

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Pesquisadores da Universidade Tufts, nos EUA, desenvolveram um tipo de transistor que tem potencial para tornar dispositivos eletrônicos completamente flexíveis. A novidade, ademais, pode ser entrelaçada para produzir tecidos ou ser incorporada a eles, podendo ser usados sobre a pele, ou até implantados em órgãos e estruturas do corpo humano para o monitoramento de doenças e realização de diagnósticos, além de apresentar outras possíveis aplicações.

Linhas condutoras

Os transistores consistem em fios de linho revestidos com nanotubos de carbono que, depois, são envoltos em um gel eletrolítico que confere à linha alta maleabilidade e liberdade de movimentos sem que ocorra interferência em sua funcionalidade. Mais especificamente, os nanotubos fazem com que as linhas se tornem semicondutoras, e o sistema funciona com a inclusão de 2 fios de ouro finíssimos (que atuam como “positivo” e “negativo” do circuito) e um terceiro com função de aterramento.

(Fonte: Nano Lab / Tufts University / Reprodução)

Segundo os engenheiros por trás do desenvolvimento dos transistores, a tecnologia pode ser usada na produção de circuitos lógicos e integrados e poderia substituir os – poucos – componentes rígidos que ainda estejam presentes em dispositivos flexíveis. Atualmente, eletrônicos com essa característica ganham maleabilidade graças ao uso de materiais como polímeros condutores capazes de se esticar e adotar diferentes formas, mas como algumas das estruturas internas continuam sendo rígidas, os aparelhos têm sua versatilidade limitada.

Já os transistores criados pelos engenheiros poderiam ser combinados aos mais variados tipos de sensores e integrar outros componentes, assim como ser utilizados com diferentes materiais, eliminando de vez as limitações com relação à flexibilidade de dispositivos eletrônicos.

Aplicações

Com isso, além de abrirem o leque de possibilidades para a criação de eletrônicos com designs inovadores, os transistores poderiam ser empregados no desenvolvimento de dispositivos incrivelmente finos, maleáveis e elásticos para serem incorporados a tecidos biológicos e implantados em órgãos como a pele, o fígado, rins, o coração e o cérebro, por exemplo, sem afetar suas funções biológicas – e sem que o paciente sinta a presença dos aparelhos em seu organismo.

(Fonte: Nano Lab / Tufts University / Reprodução)

Isso significa que os transistores poderiam dar origem a eletrônicos capazes de monitorar em tempo real e facilitar o tratamento de diversas doenças, como problemas cardíacos, diabetes e disfunções neurológicas. A tecnologia foi apresentada e tem inúmeras aplicações e, apesar de que ainda sejam necessários muitos estudos e experimentos para que novos dispositivos possam ser desenvolvidos e se tornem realidade, tudo indica que os eletrônicos maleáveis vão evoluir muito nos próximos anos.

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