Um sensor submarino que não precisa de bateria, inventado por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology, pode ser a chave para a exploração tanto das profundezas dos oceanos da Terra como dos mares de Titã, uma das luas de Saturno. Por aqui, os pesquisadores pretendem construir uma rede submersa de sensores interconectados que enviam dados à superfície – uma “internet das coisas” subaquática.
O novo sensor transmite dados absorvendo ou refletindo ondas sonoras e, simultaneamente, armazena energia (a piezoeletricidade é a capacidade de alguns cristais gerarem tensão elétrica por resposta a uma pressão mecânica)
No sistema, um transmissor envia ondas acústicas através da água em direção a um sensor piezoelétrico que armazena informações. Quando a onda atinge o sensor, o material vibra e armazena a carga elétrica resultante. Em seguida, ele usa a energia armazenada para mandar (ou não) uma onda de volta a um receptor. Refletir ou não a onda corresponde aos bits de dados transmitidos: para uma onda refletida, o receptor decodifica um 1; para nenhuma onda refletida, um zero.
Usos além do nosso planeta
"Transmitindo uns e zeros pode-se enviar qualquer informação", diz o co-autor do estudo Fadel Adib, professor assistente do Media Lab e do Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação do MIT. “Basicamente, podemos nos comunicar com sensores subaquáticos baseados apenas nos sinais sonoros cuja energia estamos colhendo”.
As aplicações vão além do nosso próprio planeta. O sistema, diz Adib, pode ser usado para coletar dados nos oceanos recentemente descobertos na maior lua de Saturno, Titã. Em junho, a NASA anunciou a missão Dragonfly, que enviará em 2026 (chegada prevista: 2034) um rover para explorar a lua em busca de reservatórios de água.
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