Pesquisadores da Universidade de Hannover, na Alemanha, parecem ter solucionado um mistério que já durava dois anos. Afinal, quem foi o responsável pela nuvem radioativa que, em 2017, pairou sobre a Europa por mais de duas semanas?
O estudo foi realizado em conjunto por dezenas de especialistas e publicado no final de julho deste ano em uma revista científica. De acordo com a coleta e análise dos dados, tudo aponta para a Rússia — mais precisamente para uma unidade de reprocessamento ao sul dos montes Urais, possivelmente parte do complexo nuclear Mayak, foi a responsável. O local provavelmente passou por problemas técnicos, ocasionando o espalhamento incomum de rutênio-106 pelo continente.
O estudo compilou 1,3 mil medidas de 176 locais diferentes, em 29 países. Apesar de concluir que a nuvem não deve ter causado danos diretos à população, a pesquisa sugere que o vazamento foi um "acidente não reportado" e, portanto, virar uma assunto de interesse internacional.
Relembre a nuvem radioativa
Quando meteorologistas e cientistas detectaram a nuvem em 2017, sem a possibilidade de previsão, a Rússia já foi considerada uma das possíveis culpadas por causa da duireção dos ventos e outras pistas. Entretanto, o país negou envolvimento no período.
Na época do acontecimento, a Rússia negou que tenha sido a responsável e, por enquanto, ainda não admitiu a culpa — cenário que pode mudar com a publicação do estudo. Outras hipóteses envolviam dejetos de um satélite defeituoso que entrou na atmofera e emissões vindas da Romênia.
Local já traz histórico
Isótopos do rutênio não eram encontrados na atmosfera desde 1986, ano do acidente de Chernobyl, especialmente de forma isolada. Isso já apontava que a origem seria de algo não programado. Em 1957, a região sul dos Urais já havia registrado um acidente: a chamada "explosão de Kyshtym", uma das piores tragédias nucleares da história.
Assim como no caso ucraniano, que ocorreu décadas depois e agora voltou ao noticiário pela série da HBO, ela também envolveu a evacuação dezenas de milhares de pessoas, além de estudos posteriores que indicam o envolvimento direto da radiação no surgimento de doenças na população.
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