Uma das grandes dificuldades relacionadas ao lançamento de espaçonaves e satélites artificiais é o combustível – e não faltam engenheiros quebrando a cabeça em busca de soluções. No entanto, a Tesseract Space anunciou o desenvolvimento de um novo sistema de propulsão para foguetes que, ademais de usar um tipo de propelente muito mais seguro do que o tipicamente usado na atualidade, é mais compacto e eficiente.
Novidade
Apesar de todos os avanços tecnológicos na área aeroespacial, até hoje foguetes e satélites artificiais usam a hidrazina, ou seja, o mesmo propelente que já era empregado na década de 50, durante a corrida espacial. O problema é que esse combustível – produzido à base de nitrogênio e hidrogênio –, além de ser altamente inflamável, é incrivelmente tóxico e corrosivo e deve ser manipulado com extremo cuidado.
Aliás, a hidrazina é tão perigosa que sua produção só acontece dias antes de ela ser utilizada – em locais especificamente adaptados para isso e por pessoal superqualificado que deve seguir uma série de medidas de segurança. Para se ter ideia, o contato direto com a substância pode causar danos permanentes em tecidos e órgãos.
Por conta disso, ao longo dos anos, diversas alternativas foram testadas, como os propulsores de efeito Hall – motores a plasma que usam campos elétricos e magnéticos para ionizar um gás propelente e liberar partículas que produzem impulso.
No entanto, apesar de serem opções viáveis quando se trata do lançamento de satélites, dependendo do tipo de missão e foguete, a propulsão oferecida pelos motores a plasma acaba sendo muito baixa, o que, por sua vez, não deixa outra saída além de recorrer à hidrazina.
A Tesseract não divulgou nenhum detalhe sobre o tipo de combustível desenvolvido por seu time – dizendo que ainda está tratando a novidade como segredo comercial. Mas explicou que se trata de uma opção bastante menos tóxica do que a hidrazina, tanto que a substância (seja lá qual for) não exige tantos cuidados na manipulação e o contato acidental não causa maiores danos, ademais de ser barata, mais sustentável e oferecer alto desempenho.
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