Mesmo com metade do país pedindo “vem, meteoro!”, a culpa de ninguém ter visto a aproximação do "2019 OK" foi do Sol: como o asteroide estava a caminho da Terra em uma trajetória alinhada à estrela, seu brilho tornou impossível que ele fosse detectado – pelo menos, até que ele aparecesse cima de nós.
Segundo a NASA, a gigantesca rocha de 130 metros de largura passou raspando na última quarta: 73 mil quilômetros é menos de um quinto da distância até a Lua. O objeto foi detectado por astrônomos amadores de Minas Gerais, que emitiram o alerta.
This is the video of the close encounter of Asteroid 2019 OK we have been Twitting all day with the Earth: https://t.co/bjT7uhQJuO pic.twitter.com/3e4UyPcdPl
— ASAS-SN (@SuperASASSN) July 25, 2019
Bennu, a questão do 'quando'
O 2019 OK não é o único a tirar o sono dos astrônomos: há uma pequena chance de outro, o Bennu, atingir a Terra em setembro de 2135. A NASA tem planos para parar o Bennu através de duas abordagens, e nenhuma delas é explodi-lo com uma bomba nuclear. "Isso dá um ótimo filme, mas o problema de se usar uma bomba nuclear é que ela pode ou não funcionar – mas, definitivamente, vai tornar o asteroide radioativo”, explicou o cientista-chefe da Royal Institution of Australia, o astrônomo Alan Duffy.
As duas estratégias envolvem mudar a trajetória do asteroide ao longo do tempo e para longe da Terra. Porém, para que seja possível fazer isso não apenas com esse mas com todos os que entrarem no caminho da Terra, é preciso, segundo Duffy, “abordagem global dedicada” à detecção de asteroides porque, “mais cedo ou mais tarde, haverá um com nosso nome. É só uma questão de ‘quando’, não de ‘se’.”
A missão de evitar que Bennu atinja a Terra foi iniciada em 2016, com o lançamento da OSIRIS-REx (ou Origins Spectral Interpretation Resource Identification Security Regolith Explorer) pela NASA. O objetivo da nave é determinar as propriedades físicas e químicas do asteroide. Em 2023, a OSIRIS-REx deve estar de volta à Terra.
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