Era início de noite no Brasil no dia 25 quando, a bordo do Falcon 9, subiu rumo à Estação Espacial Internacional (ISS)... Um filtro de barro — ou, pelo menos, um equipamento que trabalha sob os mesmos princípios. A carga, entre tantas da missão CRS-18 da Space X, é preciosa para a NASA, e mais ainda para alunos de Xanxerê, em Santa Catarina, criadores do experimento “Capilaridade x Gravidade no Processo de Filtração”.
O objetivo é testar o mecanismo do filtro de barro brasileiro a bordo do laboratório em órbita, em um ambiente de microgravidade. Considerado o melhor filtro de água do mundo, o modelo brasileiro usa carvão em vez de iodo.
Esse é o segundo projeto do Garatéa-ISS. O primeiro foi criado por alunos paulistas: um “cimento espacial” que usa plástico feito de cana-de-açúcar. Depois de 6 semanas a bordo da ISS, voltou com os resultados sobre como a microgravidade afeta o processo de endurecimento da argamassa especial.
O Brasil no espaço profundo
O Garatéa tem três programas: o Garatéa-ISS (que envia projetos de alunos de escolas públicas e particulares no laboratório orbital), Garatéa-E (grupo de extensão universitária na USP) e o Garatéa-L, o mais ambicioso de todos.
O nanossatélite Garatéa-L será a primeira missão brasileira no espaço profundo e a primeira dirigida à Lua. Sua missão de 6 meses será investigar as condições extremas do espaço para a vida. Como a sonda vai ser posta em uma órbita altamente excêntrica, espera-se que ela também faça imagens multiespectrais da bacia de Aiken, no lado afastado da Lua.
O Garatéa-ISS é parte do programa Student Spaceflight Experiments Program (SSEP), iniciativa americana de enviar amostras de tecnologia estudantil ao espaço para a promoção da ciência, da tecnologia e da educação, e o único projeto vinculado ao SSEP fora da América do Norte.
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