Na última semana, cientistas publicaram um artigo onde relatam a descoberta de duas estrelas anãs, ou anãs brancas, que estão orbitando uma à outra. A descoberta, segundo a publicação, pode contribuir de forma consistente para estudos relacionados às ondas gravitacionais.
Os pesquisadores esperam que a nova descoberta seja utilizada como primeiro foco de pesquisa no detector de ondas gravitacionais LISA (sigla em inglês para Antena Espacial de Interferometria a Laser), que deve ser lançado em 2034.
Eventos cósmicos, como a colisão de buracos negros, produzem ondas tão fortes que chegam a deformar o espaço-tempo, fato já detectado por cientistas aqui na Terra. Entretanto, outros eventos, a exemplo de objetos muito densos em órbita mútua, como o caso das anãs brancas, geram ondas gravitacionais difíceis de detectar com a tecnologia atual. É nesse ponto que a antena LISA será aplicada, tendo em vista que a tecnologia por trás dela e o fato de funcionar no espaço a tornam mais apta para detecção.
O autor principal da pesquisa, Kevin Burdge, disse ao Gizmodo que a descoberta tem grande significado. “Um objeto como esse é realmente uma ‘mina de ouro’ para o avanço da nossa compreensão sobre a forma como o universo funciona”, comentou o pesquisador.
A pesquisa envolve 26 pessoas, em maior parte dos Estados Unidos. A equipe registrou a existência de eclipse entre as estrelas anãs, o que comprova a órbita. A primeira evidência foi avistada no observatório de Palomar, na Califórnia. “Quando a estrela mais escura passa na frente da mais clara, a maior parte da luz é bloqueada”, explica Burdge.
As duas anãs brancas são estrelas sem vida, mas extremamente densas, com forças gravitacionais em constante atração. Esse fator gera ondas gravitacionais, que no futuro poderão ser mais bem estudadas através da LISA.
Os pesquisadores concluíram que o binário tem um tempo de órbita de 6,91 minutos. Até então, o único avistamento do tipo registrou período orbital de 12,75 minutos, como explica o resumo do artigo publicado. Esse detalhe indica que a nova descoberta é o binário com a órbita mais rápida já registrada.
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