"Io" é um dos quatro maiores satélites que orbitam Júpiter — e certamente o mais intrigante entre eles. Pesquisadores publicaram, nesta semana, informações referentes aos últimos 5 anos de estudos sobre Io, que incluem uma atividade vulcânica diretamente influenciada pela gravidade do gigante gasoso.
Júpiter, sendo o quinto planeta mais distante do Sol, se encontra em um local muito frio no Sistema Solar. Mas, surpreendentemente, Io é um local bastante quente, pois possui a atividade vulcânica mais intensa de todo o nosso conjunto planetário. A temperatura desses vulcões chega a mais de 1.700 °C, em oposição aos 1.200 °C da lava da Terra, e até agora foram mapeados 150 deles. Seus incríveis jatos de lava atingem cerca de 300 km de altura, podendo ser observados pela órbita do satélite.
Estando em um local tão gelado, a energia térmica de Io não pode ser proveniente do Sol. Foram feitos diversos estudos no vulcão mais intenso do corpo celeste (chamado Loki Patera), que demonstram que as variações na sua atividade se correlacionam com as mudanças na órbita de Io. Isso oferece algumas evidências de que o comportamento do vulcão está ligado à atração gravitacional de Júpiter.
“Se quisermos entender a atividade vulcânica de maneira mais geral, e não de uma perspectiva centrada na Terra, Io é o lugar para entendermos o quão geologicamente ativas elas são”, disse Katherine de Kleer, professora-assistente de ciência planetária da CalTech, ao portal Gizmodo.
Outro fator curioso é que todas as explosões mais intensas nos vulcões de Io ocorrem apenas no seu “lado escuro”. Katherine afirma que essas razões ainda não estão claras, mas espera-se que a missão da sonda Juno possa trazer informações complementares ao estudo.
A expectativa dos cientistas é de que os estudos vulcânicos em Io possam trazer um maior entendimento dos processos de formação de planetas e luas, uma vez que as características vulcânicas de Io são similares às que estavam presentes na Terra durante sua história inicial.
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