Uma equipe de pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, em parceria com a Universidade de Minnesota, ambas nos Estados Unidos, fez um grande avanço no campo do controle de dispositivos robóticos não invasivos. Usando uma interface não invasiva cérebro-computador (BCI), os pesquisadores desenvolveram o primeiro braço robótico controlado pela mente de forma precisa.
Em artigo publicado na revista especializada Science Robotics, os pesquisadores descrevem como eles usaram uma combinação de técnicas de sensoriamento e aprendizado de máquina para criar uma interface cérebro-computador (BCI) capaz de alcançar sinais no cérebro de participantes usando eletrodos colocados sobre o couro cabeludo combinado à aplicação de um eletroencefalograma (EEG).
(Fonte: Futurism/Reprodução)
Até agora, os BCIs que usam sensoriamento externo não invasivo em vez de implantes cerebrais receberam sinais "mais sujos", o que leva a um controle menos preciso. "Houve grandes avanços em dispositivos robóticos controlados pela mente usando implantes cerebrais. É uma excelente ciência, mas o objetivo final é utilizar uma tecnologia menos invasiva", explica Bin He, professor e chefe do Departamento de Engenharia Biomédica da Carnegie Mellon University.
Até agora, a tecnologia foi testada em 68 pessoas. Para testar o sistema, os pesquisadores pediram aos participantes que o usassem para direcionar um braço robótico para apontar para um cursor enquanto ele se movia pela tela do computador. O braço robótico foi capaz de rastrear continuamente o cursor em tempo real sem movimentos bruscos.
Aprimoramento
O artigo, "Neuroimagem não invasiva aprimora o rastreamento neural contínuo para controle de dispositivos robóticos", mostra que a abordagem da equipe não apenas melhorou o aprendizado BCI em quase 60% para tarefas tradicionais, mas também aprimorou o rastreamento contínuo do computador em mais de 500%. A tecnologia é diretamente aplicável aos pacientes e a equipe planeja realizar testes clínicos em breve.
"Apesar dos desafios técnicos usando sinais não invasivos, estamos totalmente comprometidos em tornar esta tecnologia segura e acessível para as pessoas que podem se beneficiar dela", diz He. "Este trabalho representa um passo importante nas interfaces cérebro-computador não invasivas, uma tecnologia que um dia pode se tornar uma tecnologia assistiva abrangente que ajuda a todos, como os smartphones", finaliza.
A pesquisa também foi apoiada em parte pelo Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa, Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrames, Instituto Nacional de Imagem Biomédica e Bioengenharia e Instituto Nacional de Saúde Mental.
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