Você se lembra do Desafio do Manequim, aquela febre das redes sociais em 2016 que fez celebridades, grandes empresas e qualquer usuário com um grupo de amigos entrar na brincadeira? Basicamente, a ideia era gravar e postar um vídeo de uma cena complexa e engraçada com todas as pessoas congeladas, como se fossem manequins, permanecendo na pose enquanto a câmera passeava pelo local e filmava vários ângulos.
Na época, os únicos objetivos por trás do desafio eram brincar com os colegas e bombar nas redes socias. Agora, esses registros foram recuperados pela Google para servir como material de treino de inteligências artificiais. Pesquisadores da empresa confirmaram que estão usando um acervo de 2 mil clipes postados no YouTube para melhorar os próprios robôs, o que deve até incluir publicações de pessoas comuns.
O objetivo é garantir que as IAs criem mapas de profundidade de forma precisa, ou seja, entendam que um vídeo em 2D na verdade é uma representação de um ambiente 3D, com uma série de elementos que estão em distâncias diferentes da câmera. Para isso, as máquinas entrarão em contato com esses clipes, que costumam ser compostos de vários objetos e pessoas, e "entenderão" o posicionamento de cada elemento na cena.
Caso você não se lembre, o exemplo abaixo é um dos mais claros de como o desafio funcionava.
Após os treinamentos, as redes neurais ficam capacitadas até para prever a profundidade de objetos em movimento, algo que deve ser utilizado em sistemas de robôs e sensores de carros autônomos, por exemplo. Ainda assim, o uso de vídeos sem qualquer pedido de autorização (apesar da postagem de forma pública na plataforma da empresa) pode gerar questionamentos e polêmicas sobre privacidade.
Os pesquisadores deverão produzir mais estudos a respeito do tema e publicarão os resultados em artigos acadêmicos no futuro.
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