Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (International Space Station — ISS) registraram o raro momento em que o vulcão Raikoke entrou em erupção no último sábado (22). Satélites também observaram o fenômeno ao identificarem uma pluma grossa (cinza gerada por erupções explosivas) que se elevava e depois se espalhava devido à circulação de uma tempestade ao norte do Oceano Pacífico.
Localizado na península russa de Kamchatka, o vulcão estava inativo desde 1924, o que torna o registro ainda mais único. "O anel de nuvens brancas e fofas na base da coluna [da pluma] pode ser um sinal de ar sendo arrastado para essa coluna e para a condensação de vapor de água. Ou pode ser uma nuvem crescente de interação entre o magma e a água do mar, porque Raikoke é uma pequena ilha, e fluxos provavelmente entraram na água", declarou o vulcanologista Simon Carn à NASA.
Imagem registrada pela ISS do vulcão Raikoke em erupção. (Fonte: NASA/Divulgação)
Atividade impacta clima e tráfego aéreo
Segundo a agência espacial norte-americana, satélites e centros de monitoramento do Japão e dos Estados Unidos observaram que as cinzas emitidas alcançaram cerca de 13 km a 17 km de altitude. Plumas vulcânicas dessa grandeza são capazes de chegar à estratosfera e permanecer por lá por mais tempo, impactando o clima. Ainda de acordo com a NASA, elas têm "fragmentos pontiagudos de rocha e vidro vulcânico", o que pode colocar em risco aeronaves que sobrevoam as proximidades do fenômeno. Isso inclusive teria alterado a rota de dezenas de aviões com destinos entre o Japão e os Estados Unidos nos últimos dias.
Imagem de satélite do vulcão em atividade. (Fonte: NASA/Divulgação)
Erupção não deverá atingir humanos
O vulcão Raikoke está localizado nas Ilhas Curilhas, arquipélago localizado entre o extremo oriente da Rússia até parte do Japão, nas quais há outros vulcões ativos. Isso significa que Raikoke se encontra em um espaço chamado Anel de Fogo do Pacífico, onde a placa tectônica do oceano entra em contato com outras. O local é conhecido por ter a maior concentração de terremotos e erupções vulcânicas do mundo; mas, por ser um lugar inabitado, as atividades recentes de Raikoke não deverão representar perigo para humanos em terra firme.
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