Pesquisadoras do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e do Massachusetts General Hospital (MGH), ambos dos Estados Unidos, desenvolveram um modelo de aprendizado por máquina que consegue prever se uma paciente tem chances de desenvolver câncer de mama nos próximos 5 anos. A ferramenta utiliza um banco de mais de 90 mil mamografias para detectar padrões que são muito sutis para serem percebidos pelo olho humano. O estudo foi publicado na revista Radiology.
A partir das mamografias, o modelo aprendeu quais foram os padrões – muitas vezes, quase imperceptíveis – no tecido mamário que antecederam o desenvolvimento de tumores malignos. A nova ferramenta se mostrou mais certeira em prever o risco que as abordagens existentes atualmente: enquanto os modelos tradicionais forneceram previsões corretas em 18% dos casos, a inteligência artificial desenvolvida pelas pesquisadoras do MIT/MGH alocou 31% dos pacientes com câncer na categoria de alto risco.
(Fonte: Divulgação/MIT)
Outra vantagem da ferramenta é permitir que se tracem ferramentas de acompanhamento mais personalizadas, possibilitando que os médicos customizem as recomendações de exames e de prevenção em um nível individual. De acordo com a professora do MIT Regina Barzilay, para algumas mulheres, bastaria uma mamografia a cada 2 anos, enquanto as que estiverem em grupos de alto risco precisariam de exames complementares – e o modelo permite saber quando cada caso se aplica.
Um dos objetivos da pesquisa também é tornar a avaliação de risco de câncer para minorias raciais mais confiável. O problema é que vários dos modelos anteriores eram desenvolvidos para populações brancas. Por isso, eram menos precisos para mulheres negras, por exemplo. A nova ferramenta, por sua vez, é igualmente precisa para mulheres brancas ou negras.
A ideia das responsáveis pela pesquisa não é parar no diagnóstico de câncer de mama. Barzilay diz que o sistema poderia ser aplicado para saber se os pacientes também correm riscos de outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares ou outros tipos de câncer. As pesquisadoras ainda pretendem aplicar os modelos para prever outras doenças.
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