Um relatório da NASA sugere que tempestades de poeira em Marte poderiam ter impactado aspectos naturais do planeta, como água e emissão de energia solar. O fenômeno intenso pode durar semanas e cobrir uma extensão tão grande quanto a área total dos Estados Unidos; por isso, também pode colocar em risco qualquer missão atual e futura em território marciano.
Essas descobertas não chegaram à agência espacial norte-americana da melhor maneira. Elas vieram à tona depois de uma enorme tempestade de poeira tomar Marte em outubro de 2018, o que impediu a irradiação da luz solar por semanas. Isso acabou atingindo e danificando o rover Opportunity, encerrando mais cedo as suas atividades de quase 15 anos no Planeta Vermelho.
Entretanto, nem tudo foi perdido, pois, durante a tempestade, outras oito sondas estavam orbitando Marte ou percorrendo sua superfície. Esses robôs conseguiram assistir a todo o fenômeno e, ao mesmo tempo, coletar e enviar uma grande quantidade de dados para a Terra.
Tempestade de poeira captada por rovers em Marte (Fonte: Reprodução/NASA)
Efeitos
Em análises preliminares desses dados, os cientistas da NASA notaram que as tempestades podem estar afetando a água, os ventos e o clima de Marte. Também perceberam que as condições devem impactar futuramente o clima e a geração de energia solar; exemplo disso é que os pesquisadores já encontraram vários indícios de que houve rios, lagos e até mesmo oceanos há bilhões de anos no planeta.
A questão atual é que o desaparecimento de toda essa água pode estar ligado às tempestades de poeira. “Ao empurrar a água para a atmosfera superior, as tempestades globais de poeira podem interferir no ciclo da água do planeta, evitando que H2O se condense e volte à superfície. Na Terra, o H2O cai em forma de chuva ou neve, e o mesmo processo poderia ter existido em Marte bilhões de anos atrás”, explica Lonnie Shekhtman, cientista da NASA.
Com essas descobertas, os especialistas pretendem explorar mais a fundo o quanto as tempestades influenciam vários outros aspectos naturais do passado, do presente e do futuro de Marte. Eles ainda devem considerar esses detalhes para a redução de danos em próximos projetos e missões no Planeta Vermelho.
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