Apesar da aparência externa e alta tecnologia envolvida em sua construção, a Estação Espacial Internacional (ISS) não passa de um laboratório em órbita. Assim como todo ambiente semelhante existente em terra, pessoas de diversas nacionalidades e origens estiveram por lá enquanto cumpriam suas respectivas missões.
Reprodução/NASA/Roscosmos
Por mais que nossa higiene pessoal esteja em dia, convivemos diariamente com uma infinidade de microorganismos que não causam mal algum e podem até mesmo ajudar a manter nossa saúde. Uma análise de amostras obtidas em superfícies dentro da ISS mostrou que esses organismos não têm medo de altura e nos acompanharam até mesmo no espaço.
Bactérias espaciais
Durante um período de 14 meses foram obtidas amostras de superfícies dentro da ISS para análise posterior na Terra. Os resultados foram publicados na revista Microbiome e não surpreenderam os pesquisadores. O material recolhido apresentou fungos e bactérias semelhantes aos encontrados em vestiários e escritórios terrestres.
O objetivo dessa análise não foi necessariamente confirmar a existência dos microorganismos, mas sim verificar as condições em que eles se encontravam após o período que passaram sofrendo a ação da radiação e microgravidade no espaço.
Risco em potencial
Da mesma forma que acontece na Terra, foram identificadas bactérias oportunistas que podem causar sérios problemas para os astronautas. A Dra. Aleksandra Sielaff, principal autora do estudo, declarou que “não é possível determinar se essas bactérias oportunistas vão adoecer astronautas na ISS”.
Reprodução/A. C. Sielaf et al., 2019/Microbiome/NASA
Para ela, “essa situação depende de vários fatores, como a condição de saúde de cada astronauta e como estes organismos funcionam enquanto estão em um ambiente espacial. Ainda assim, a identificação de possíveis problemas com doenças ressalta a importância de novos estudos sobre como os micróbios se comportam no espaço”.
Atualmente os frequentadores de estações espaciais são pessoas treinadas e condicionadas para situações extremas, mas com a possível popularização de viagens espaciais, estudos como esse se tornam cada vez mais importantes.
Reprodução/NASA
Ainda não sabemos as influências da radiação e da microgravidade a longo prazo, mas ninguém quer passar pela experiência de ficar doente no espaço. Por isso, quanto mais eficazes forem as medidas preventivas nesse sentido, maiores são as chances de que os momentos em órbita se tornem inesquecíveis.
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