Como seres humanos, temos algumas vantagens adaptativas que nos trazem uma boa capacidade de se adaptar a novos ambientes, algo que não é tão desenvolvido em robôs. Por exemplo: se estamos segurando uma maçã e a fruta cair, poderíamos reagir esticando o braço para tentar pegá-la antes de tocar o chão. Numa situação dessas, pode ser que um robô tivesse uma reação totalmente diferente ou nem mesmo reagisse — tudo iria depender da forma como foi programado.
Com isso em mente, pesquisadores do MIT criaram um sistema que pode fazer com que robôs rastreiem objetos com mais facilidade e precisão. Chamado "TurboTrack", esse sistema irá funcionar com base em etiquetas RFID que, quando aplicadas a algum objeto, farão com que robôs possam rastreá-lo. Este sistema irá funcionar com um sinal wireless que será refletido pela etiqueta e enviado de volta ao leitor do robô. Utilizar etiquetas RFID não é algo exatamente novo – basta lembrar, por exemplo, dos leitores de códigos de barras de produtos em lojas e mercados -, mas a grande novidade aqui é o algoritmo utilizado pelos pesquisadores.
Neste caso, o algoritmo irá trabalhar filtrando os sinais até encontrar a resposta da etiqueta RFID, o que irá ajudar o sistema a encontrar a localização do objeto desejado com grande precisão. Segundo os pesquisadores, este sistema possui um bom potencial para substituir a visão computacional aplicada a tarefas robóticas específicas. De acordo com Fadel Adib, professor assistente e pesquisador principal no Laboratório de Mídia do MIT, utilizar o sistema RFID possui também vantagens econômicas, uma vez que as etiquetas custam apenas 3 centavos de dólar.
E tem mais: segundo ele, se sinais de radiofrequência forem utilizados para tarefas que seriam tipicamente realizadas com a visão computacional, os robôs podem adquirir a capacidade de realizar uma tarefa essencialmente humana e até mesmo super-humana. Na prática, esta tecnologia pode contribuir para evitar acidentes como o que ocorreu com a Amazon, onde um robô perfurou uma lata de um spray repelente de ursos e mandou dezenas de pessoas para o hospital. A novidade também pode ser utilizada para definir os padrões de voo de drones, incluindo até mesmo entregas com trajetos bastante precisos.
Fontes