Uma equipe de pesquisadores, liderada pelo professor Stefan Weber, da Universidade de Berna (Centro de Pesquisa de Engenharia Biomédica da ARTORG), na Suíça, desenvolveu um robô capaz de perfurar túneis com diâmetro de pouquíssimos milímetros no crânio humano.
Mais de 8 anos foram investidos na pesquisa, cujo foco, desde o início, foi o implante coclear, embora o professor Weber afirme que a invenção pode vir a ser utilizada em outros tipos de cirurgias.
Implantes cocleares são realizados para melhorar a capacidade auditiva de pessoas com deficiência desse sentido. Weber explica que, numa cirurgia desse tipo, os cirurgiões têm que acessar o ouvido médio, perfurando um túnel de 2,5 milímetros de largura através do crânio e cercado por nervos faciais e gustativos. O implante capta o som com um microfone externo, processando e transmitindo os ruídos como impulsos elétricos diretamente para o nervo auditivo.
Durante o procedimento, existe o risco de que entre 30 e 55 por cento dos pacientes venham a perder a audição que ainda lhes resta, devido à complexidade da perfuração no crânio.
Daqui para a frente, esse risco deve diminuir substancialmente, uma vez que a precisão dos movimentos do robô é muitas vezes superior à dos seres humanos. Por isso, para Weber, o implante coclear foi o tipo de cirurgia perfeito para servir como foco de desenvolvimento do equipamento.
Algumas operações já foram realizadas com a ajuda da invenção, sendo que os pacientes serão analisados a fim de que se possa medir o quanto de sua audição foi recuperado.
Weber disse que não enxerga o futuro com robôs trabalhando sozinhos, num processo 100 por cento automatizado, mas que ainda há muitas etapas a serem otimizadas.
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