Quando as impressoras 3D passaram a ser distribuídas em escala comercial, desde o início destes anos 2010, muita gente começou a imaginar quantas coisas poderíamos fazer com elas — e o setor médico foi o que mais se empolgou. Eis que agora começamos a ver exemplos práticos de como essa tecnologia pode ser usada para ajudar a salvar vidas: um cadelinha de 9 anos da raça Dachshund foi salva graças ao implante de crânio com uma peça impressa em 3D.
Bem, Patches sofria de um tumor cerebral que cresceu assustadoramente até o tamanho de uma laranja. Foi quando Michelle Oblak, uma cirurgiã-veterinária oncologista veterinária da Universidade de Gueplh em Ontário, no Canadá, entrou em cena. Ela vinha estudando uma maneira de utilizar a impressora 3D no tratamento de cães, e o primeiro caso desse tipo de tratamento foi justamente com esse animalzinho.
Como o câncer estava em um estágio avançado, seria necessário remover cerca de 70% do osso do crânio e, no mesmo momento da retirada, substituir parte da área removida durante a cirurgia por uma de titânio recriada com a ajuda de uma impressora 3D. O procedimento padrão, sem o auxílio dessa tecnologia, é muito mais impreciso, caro e demorado.
Como foi a cirurgia?
O novo método começou com uma tomografia computadorizada da cabeça e do tumor de Patches. Em seguida, foram usados vários softwares nessa captura, para que Michelle e sua equipe pudessem dissecar exatamente cada pedacinho afetado pela doença. A partir desse mapeamento, eles puderam reproduzir os pedaços digitais em 3D, que foram enviados para a ADEISS, uma companhia londrina capaz de imprimir um substituto de titânio para a parte removida do crânio de Patches.
Todo o procedimento envolveu vários cirurgiões veterinários, engenheiros de software e um engenheiro industrial. Foram 2 horas para mapear os planos e enviá-los para a impressora. A peça ficou pronta em 2 semanas e a cirurgia, que aconteceu no dia 23 de março deste ano, demorou 4 horas.
"Há muito pouco espaço para erro. Estamos falando menos de 2 milímetros, ou então a placa não serve”, contou a médica veterinária. E, no final, deu tudo certo. Após 30 minutos acordada, o bichinho já estava andando e fazendo xixi.
Infelizmente, Patches está tendo que lidar com outro problema de saúde sério, mas não relacionado a essa cirurgia. Uma semana após a operação, ela sofreu uma lesão nas costas e agora está com as patas traseiras paralisadas. Agora, se recusa a usar uma cadeira de rodas, preferindo se empurrar para frente com as duas patas da frente. De qualquer modo, pelo menos ganhou uma sobrevida graças à tecnologia e à intervenção de Michelle e vários outros profissionais.
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