O plástico está em praticamente tudo. Nos utensílios que temos em casa, nas embalagens dos produtos que compramos em lojas e alimentos que estão em supermercados, no canudo do refrigerante, em acessórios, em aparelhos tecnológicos e muito mais. Mas se um dia ele já foi uma solução, agora o plástico se tornou um problema, e dos graves. Copos e pratos descartáveis, por exemplo, são usados em torno de 30 minutos em média e depois descartados, mas depois de jogados no lixo o material não desaparece simplesmente.
Toneladas e toneladas de itens plásticos demoram centenas de anos para se decompor e enquanto isso vão parar em lixões, aterros sanitários e pior – nos oceanos. A cada ano, de acordo com informações da BBC, são despejados mais de 8 milhões de toneladas de lixo plástico nos oceanos ao redor do mundo. Já existem os chamados mares de plástico, que são verdadeiras ilhas compostas por resíduos que as correntes marítimas concentram em determinados pontos. A consequência para a vida marinha, para o meio ambiente e consequente para o bem estar da humanidade é catastrófico.
Os materiais que usamos e depois jogamos fora estão poluindo o Planeta Terra de tal forma que é urgente encontrar meios para substituí-los por composições mais amigáveis ao meio ambiente. Também é preciso ressaltar que a cultura do ‘descartável’ precisa ser mudada o quanto antes, pois estamos produzindo e consumindo muito mais do que o planeta pode aguentar e quem sofrerá as consequências somos nós mesmos. Confira alguns materiais que já estão em desenvolvimento e podem substituir o plástico tradicional no futuro breve:
Bioplásticos
O plástico à base de plantas é uma das opções que primeiro vêm à mente. Construídos com diferentes biomoléculas complexas, como amido de batata, amido de milho, lignina ou celulose, são totalmente biodegradáveis e, durante sua vida útil, possuem qualidades muito semelhantes ao plástico usual.
Existem muitas empresas e associações que estão trabalhando em biopolímeros capazes de substituir o plástico. E embora pesquisadores ainda não tenham alcançado um substituto universal, sabemos que existem soluções biológicas para qualquer problema.
Lactoplásticos
Plástico de proteína do leite? Isso mesmo! Esse material não é novo, mas ainda precisa ser aperfeiçoado. Pesquisadores descobriram que a caseína (uma proteína do leite) tornou-se dura e insolúvel quando tratada com formaldeído durante pesquisas em 1897. Assim nascia os plásticos de caseína e se tornaram muito populares: eles foram rapidamente usados para fazer pequenos objetos decorativos (botões, fivelas, alças de guarda-chuva, jóias, etc.) e, assim, substituir o marfim. Mas logo descobriram que isso quebrava facilmente.
Cresceu muito o número de cientistas que estão trabalhando no aperfeiçoamento da idéia de converter a caseína em um material biodegradável capaz de competir com a rigidez e a compressibilidade do poliestireno.
Outros plásticos de origem animal
Nem só do leite vêm as opções de substituição do plástico. As granjas também são uma fonte importante nessa corrida. Na verdade a solução está nas penas dos frangos, o que pode resolver mais de um problema a mesmo tempo, já que só nos Estados Unidos são gerados mais de 1300 milhões de quilos de penas de frango e ninguém sabe o que fazer com eles. O fato é que as penas têm uma coisa muito interessante: queratina. Queratina é o que compõe o cabelo, unhas, chifres ou cascos de animais. A ideia é encontrar métodos para extrair e processar toda essa queratina, para gerar materiais muito interessantes.
Cultivar recipientes
Além de molhos e alucinógenos, cogumelos são úteis para muitas coisas. Eles poderiam ser usados para encontrar um substituto para o plástico, por exemplo. A Ecovative tem se concentrado no uso de micélio por uma década (uma rede de hifas que formam a parte vegetativa dos fungos) para converter os resíduos da cultura em materiais que têm propriedades semelhantes à espuma de poliestireno em apenas alguns dias.
Plásticos biodegradáveis
Outra forma interessante de tentar resolver a questão da decomposição do plástico é justamente mexer na sua composição, ou seja, tornar o material biodegradável. Por um lado, tem-se desenvolvido alguns tipos de plásticos com essas características, como o PHA (Polihidroxialcanoatos) ou o PCL (policaprolactona), que apesar de não ser feito de recursos renováveis, se degrada após seis semanas de compostagem.
Por outro lado, uma importante linha de pesquisa está sendo desenvolvida para desenvolver "aditivos pró-degradantes" que são incorporados em plásticos normais e permitem degradá-los em tempos recordes. Existem tecnologias comerciais como o TDPA ou o MasterBatch Pellets que mostram que é um campo muito fértil. O risco está em não reciclar esse plástico e os aditivos pró-degradantes acabarem por cair no sistema de água e corroer canos, bombas e outros dispositivos plásticos.
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De mocinho a vilão ambiental: conheça candidatos para substituir plástico via Mega Curioso
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