O Dia da Sobrecarga da Terra aponta a data a partir da qual o consumo dos recursos naturais do planeta ultrapassa a capacidade deles de se regenerar ainda no mesmo ano. A primeira vez que a marca foi atingida foi no início dos anos 1970. O problema é que, desde então, ela tem sido alcançada cada vez mais cedo. Em 2018, aconteceu no dia 1° de agosto, implicando que, atualmente, a humanidade usa recursos equivalentes a 1,7 planeta a cada ano.
Um dos vilões da sobrecarga é a produção de alimentos, respondendo por 26% do esgotamento dos recursos. Dentro desse cenário, a indústria da carne é especialmente crítica, já que 1 quilo de carne bovina requer 15,4 mil litros de água para ser produzido, aumentando significativamente nossa pegada hídrica – um indicador que responde pelo volume de água doce utilizado para gerar bens e serviços consumidos pelo indivíduo, pela comunidade ou produzido pelas empresas.
De olho nesse cenário e ciente da importância de minimizar os danos ambientais causados pela indústria, já há aceleradoras e startups preocupadas em contribuir para a resolução do problema. É o caso, por exemplo, da startup WeWork, que aboliu todo tipo de carne do seu cardápio.
No Brasil, também existem iniciativas dedicadas a evitar o esgotamento dos recursos naturais. O Braskem Labs, uma plataforma da Braskem que tem como objetivo acelerar startups inovadoras e sustentáveis, é uma delas.
Um dos projetos beneficiados é a Intelligent Foods. A startup propõe reduzir o desperdício de alimentos e os custos associados à conservação, ao mesmo tempo que mantém – ou até melhora – a qualidade dos produtos oferecidos. Para isso, utiliza um processo que combina temperatura e pressão para preservar por até 4 anos os alimentos já cozidos.
Funciona da seguinte forma: após preparado, o alimento é submetido a um método que combina temperatura e pressão, a fim de eliminar bactérias e microrganismos responsáveis por deteriorá-lo. Com isso, eles ficam livres de contaminação e podem ser mantidos em temperatura ambiente por até 48 meses. A melhor parte é que a comida não perde características originais de sabor, aroma, textura e aparência, nem há uso de conservantes ou de aditivos químicos. Dentre os produtos já desenvolvidos, estão peixes, frutos do mar, carnes, grelhados, legumes, entre outros.
O processo desenvolvido pela Intelligent Foods tem a vantagem de evitar desperdício e promover economia, diminuindo custos com a distribuição e a conservação – além de aumentar o prazo de validade dos alimentos, eles não precisam ser mantidos refrigerados.
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