Quando falamos em grandes inventores, diversos nomes são levantados: Thomas Edison, Graham Bell, Nikola Tesla, Henry Ford e por aí vai. Só que o Brasil também possui cientistas e pesquisadores de respeito que ajudaram a desenvolver tecnologias bem difundidas atualmente.
Na maioria dos casos, são inventores que trabalham mais nos bastidores, ou de fato acabaram prejudicados pela história de uma forma ou outra. No vídeo a seguir, o TecMundo reuniu algumas tecnologias que foram ideias de nossos conterrâneos — e várias delas você nem imagina que nasceram de mentes tupiniquins.
Confira:
1. Kinect
Na E3 de 2010, o mundo foi apresentado ao Project Natal, uma revolucionária tecnologia pra games que só usava comandos gestuais e o corpo do jogador. Essa plataforma virou o Kinect para Xbox 360 e One e, acredite se quiser, é criação brasileira.
O responsável é o engenheiro Alex Kipman. Ele teve a ideia quando era diretor de incubação de projetos na Microsoft e refletia sobre a dependência de botões e controles. No começo de 2018, a Microsoft encerrou a produção do adaptador do sensor em modelos mais recentes de Xbox.
2. Bina
O eletrotécnico mineiro Nélio Nicolai, que faleceu em outubro de 2017, é o inventor do BINA. Ele é o popular identificador de chamadas que mostra pra você quem tá te ligando no telefone fixo. O aparelho mundialmente utilizado rastreia a pessoa pela identificação de sinais e modulações de frequência. Ele foi patenteado em 1977, mas lançado só cinco anos depois. Ah, e você sabe o que ele significa? BINA é "B identifica número de A", sendo B o receptor e A quem faz a chamada.
3. Walkman
O Walkman, aparelho portátil da Sony que tocava fitas cassete, revolucionou a indústria da música em 1979. Só que a ideia original tem origem brasileira. Nascido na Alemanha e criado no Brasil, Andreas Pavel desenvolveu sete anos antes o primeiro reprodutor estéreo de áudio portátil com o nome de stereobelt. Ele até registrou as patentes em vários países, mas a Sony iniciou a produção de seu produto logo depois sem pedir autorização ou fazer pagamentos. Depois de muita pressão e tribunais, a empresa japonesa cedeu em 2004 e indenizou Pavel.
4. Urna eletrônica
Ela hoje é rodeada de polêmicas, mas não tem como negar: a urna eletrônica coletora de votos é nossa. Em 1982, o juiz catarinense Carlos Prudêncio resolveu com tecnologia o trabalho e a falta de segurança na hora de contar votos manualmente na cidade de Brusque. Com o tempo, ele começou a sugerir um modelo parecido em todo o país. O primeiro protótipo da urna que conhecemos hoje só ficou pronto em 88 e ela foi usada oficialmente nas eleições ano seguinte.
5. Balão de ar quente
O padre Bartolomeu de Gusmão é considerado um dos primeiros e mais importantes cientistas brasileiros. Em 1709, ele fez experimentos de um "instrumento para se andar pelo ar", que ganhou o nome de aeróstato ou balão de ar quente. O padre fez demonstrações com modelos pequenos pra corte portuguesa, mas não conseguiu levar o invento adiante. Só que as ideias de Gusmão estavam certas e foram modernizadas nos séculos seguintes.
6. Radiotransmissão
O padre gaúcho Roberto Landell de Moura é um dos responsáveis pelo que hoje conhecemos como rádio. É isso aí: em junho de 1900, o brasileiro fez a primeira transmissão de voz por uma máquina sem fios, só com ondas eletromagnéticas e modulação do som. A distância foi de oito quilômetros na cidade de São Paulo. Essa técnica era tentada por cientistas de todo o mundo, e Landell foi o primeiro com sucesso registrado.
Infelizmente, o governo brasileiro não ajudou na continuidade do projeto, e só algumas de suas patentes foram reconhecidas. No fim das contas, o italiano Marconi é que foi considerado mundialmente o inventor do rádio. Padre Landell também fez experimentos bem iniciais em telefonia sem fio e até transmissão de imagens.
7. Máquina de escrever
Com a máquina de escrever, aconteceu mais ou menos a mesma coisa. O padre Francisco João de Azevedo, em 1861, construiu um aparelho com 14 teclas, entre sinais ortográficos e letras. Ele parecia um piano e tinha até um pedal pra trocar a linha do papel. Francisco chegou a ganhar uma medalha em um evento que teve a presença até do imperador dom Pedro II.
Aí começam as lendas. Parece que o governo não deixou Francisco levar a máquina para uma exposição em Londres por falta de espaço. E parece também que o invento ou a ideia dele foi roubada por um investidor estrangeiro, que levou o projeto para os Estados Unidos. Lá, Christopher Sholes lançou a máquina de datilografia patenteada e comercializada em 1867. Vale lembrar que a primeira patente de um dispositivo considerado o pai da máquina de escrever veio bem antes: ele é de Henry Mill, em 1771.
8. Avião
E claro que tem a mais polêmica de todas. Afinal, quem é o inventor do avião? Os irmãos Wright, que são norte-americanos, fizeram em 1903 um voo de um aparelho mais pesado que o ar. Só que o invento deles precisava subir com ajuda de um “disparador” com trilhos e uma catapulta. Já Santos Dumont, em um experimento em Paris três anos depois, fez o primeiro voo público de uma máquina com propulsão própria, ou seja, que subiu sozinha.
Os dois lados têm os seus méritos, e você aí escolhe qual considerar o inventor de verdade. O fato que é o nosso Santos Dumont foi revolucionário nisso e em muitas outras coisas, mas é tanta novidade que valeria um vídeo só para falar dele.
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