O lixo plástico é um grande problema nos oceanos, não somente pelos tóxicos que ele emite mas principalmente porque não é absorvido pela natureza e acaba vitimando diversas espécies. Até hoje, não há uma contagem exata da quantidade que polui os mares. Mas isso pode estar com os dias contados, pois a Agência Espacial Europeia (ou European Space Agency — ESA) vem trabalhando em uma tecnologia que pode ajudar a identificar e medir esses resíduos, a partir da visão do espaço.
Estamos falando sobre identificar uma assinatura espectral de plástico a partir da órbita
Atualmente, os pesquisadores usam mapas montados via satélites para simular a contagem e a ideia do novo projeto é usar visualização direta para fornecer dados em uma escala mais próxima da realidade. "Não estamos falando sobre a detecção de itens de lixo flutuantes e sim de identificar uma distinta assinatura espectral de plástico, a partir da órbita”, explica o Paolo Corradi, supervisor da equipe responsável na ESA.
A tecnologia é semelhante à utilizada em softwares de processamento nas plantas de reciclagem, que rastreiam o plástico com base em suas específicas “impressões digitais” infravermelhas. Por enquanto, os grupos da França e do Reino Unido estão avaliando a viabilidade das operações na ionosfera e a possibilidade de começar no meio da atmosfera, com a ajuda de aeronaves e drones.
Corradi destaca que seria importante melhorar as técnicas existentes, porque, embora as simulações vigentes possam realizar uma boa varredura, as imagens baseadas em medidas reais também ajudariam a causar impacto maior junto aos legisladores. "O monitoramento não apenas o objetivo em si, mas também um meio para mostrar a escala do problema e começar a tentar resolvê-lo.”
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