O assunto computação quântica estava um pouco ausente da mídia ultimamente e aquele futuro com máquinas que podem realizar uma quantidade absurda de cálculos complexos em pouco tempo ainda parece distante. Mas eis que a Google aparece com o processador Bristlecone, que pode pavimentar um caminho mais curto para a evolução do setor. A apresentação foi feita na segunda-feira (05), em um encontro da American Physical Society, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O chip pode atingir capacidade de 72 qubits — uma versão dos tradicionais bits que podem ser 1, 0 ou ambos simultaneamente, o que acelera as operações — e vem passando por vários testes baseados em “problemas do mundo real”. Uma das grandes barreiras é associar um alto desempenho com o mínimo de falhas, pois a computação quântica por enquanto é muito vulnerável aos erros.
“O propósito do sistema supercondutor é fornecer um teste para pesquisa sobre taxas de erros e escalabilidade de nossa tecnologia qubit, bem como aplicações em simulações quânticas, otimização e máquina de aprendizado”, descreveu em um comunicado Julian Kelly, um dos cientistas do Quantum AI Lab.
O Bristlecone e à direita a representação de cada um dos qubtis do processador
A ideia é chegar à chamada “supremacia quântica”, que é o patamar para que um processador quântico possa superar os atuais supercomputadores. De acordo com a Gigante das Buscas, essa meta será alcançada quando o desenvolvimento de 49 qubits apresentar uma taxa de erro abaixo de 0,5%. E a boa notícia é que a expectativa é de que o Bristlecone possa chegar nesse nível.
Vale destacar que a Intel e a IBM também vêm investindo nesse segmento, com modelos comerciais capazes de rodar 20 qubits, e a Microsoft está criando uma linguagem de programação própria para a computação quântica, que vai exigir softwares completamente novos. O progresso dessa área pode oferecer um grande salto para a inteligência artificial e a composição/solução de informações densas de algoritmos e criptografia.
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