O presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou ontem (11) uma diretiva que autorizou a agência espacial do país norte-americano, a NASA, a organizar uma nova missão para levar astronautas até a Lua. A ideia de repetir o feito de 1969 é servir como uma espécie de fundação para um passo ainda maior: levar a humanidade até Marte.
A assinatura da chamada "Diretiva de Política Espacial 1" veio após as recomendações feitas pelo Conselho Espacial Nacional, em outubro deste ano, de que este seja o pontapé inicial de uma empreitada que pode levar a NASA ainda mais longe.
Mas, para além de uma primeira parada antes de Marte, o retorno dos EUA à Lua pode vir junto de uma base lunar e, quem sabe, até mesmo de mineração. É isso o que sugere Trump ao afirmar que a viagem não será feita apenas para cravar “uma bandeira e [deixar] pegadas na Lua”.
Para o vice-presidente dos EUA e presidente do Conselho Espacial do país, Mike Pence, este novo projeto trará benefícios para a defesa dos EUA e “estimulará a inovação”. Tanto ele quanto Trump também bateram na tecla da geração de empregos “que não imaginaríamos que seriam criados atualmente” como um dos resultados da nova empreitada lunar norte-americana.
Buzz Aldrin, o segundo ser humano a pisar na Lua, é fotografado no satélite natural.
Nuvem de fumaça?
Apesar de certo entusiasmo, porém, há a suspeita de que o anúncio seja uma espécie de nuvem de fumaça para disfarçar um viés “anticientífico” da administração de Donald Trump. Ele é conhecido por questionar os efeitos das mudanças climáticas na Terra e também por desestimular o uso de combustíveis renováveis e de redução da poluição, e é difícil crer que tenha havido uma “guinada científica” no governo do bilionário estadunidense de forma tão repentina.
O que reforça esse aspecto de nuvem de fumaça do anúncio feito ontem é que, apesar de ele ter sido acompanhado de louvações ao histórico espacial dos EUA e também apresentado basicamente como um resgate do "orgulho espacial" por lá, nem Trump nem qualquer um de seus assessores ou membros de governo falaram em prazos ou detalhes.
Ao lado de astronautas e burocratas, Donald Trump assina a diretiva que promete levar os EUA de volta à Lua.
Não foram dados maiores informações sobre como os EUA planejam retornar à Lua, nem se a NASA terá um reforço no seu orçamento ou se vai se virar com o dinheiro já anualmente destinado a ela, tampouco se falou em datas. Em suma, Trump afirmou que o seu país reforçará a sua posição de liderança na corrida especial do século 21 com uma nova viagem lunar, mas não está claro como isso acontecerá.
Assim, apenas o tempo dirá quais os resultados desses novos esforços dos Estados Unidos para cravar um novo marco na exploração espacial.
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