A sonda espacial Voyager 1 chegou audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve e na semana que passou ela realizou algo muito especial: mesmo a 21 bilhões de quilômetros de distância da Terra — o equivalente a 141 vezes e diferença entre nosso planeta e o Sol — os cientistas e engenheiros que fazem parte do projeto conseguiram controlar os quatro propulsores de trajetória da nave, pela primeira vez em 37 anos.
Os comandos terrestres demoraram 19 horas e 35 minutos para chegar à Voyager
“A equipe da Voyager fica cada vez mais entusiasmada com os teste de propulsão e com este marco. O clima foi de alívio, alegria e incredulidade, depois de testemunhar esses propulsores que estavam “de lado” responderem como se não houvesse passado tempo nenhum”, comemora Todd Barber, engenheiro de propulsão no Jet Propulsion Laboratory da NASA, na Califórnia.
Mesmo com nossa “espiã cósmica” já na região interestelar, a comunicação continua funcionando bem. Os comandos foram enviados pela equipe terrestre na terça-feira passada e demorou 19 horas e 35 minutos para que eles alcançassem a Voyager. Outras 19 horas e 35 minutos foram necessárias para saber se ela respondeu, acionando quatro propulsores perfeitamente.
Notícia também significa sobrevida para a Voyager 1
A Voyager 1 usa os propulsores primários para fazer os ajustes de trajetória e manter a comunicação com a Terra. O desgaste causado por tarefas como essa deve aposentá-los em breve, até porque eles vêm exigindo cada vez mais energia para realizar qualquer ação.
Saber que os propulsores reserva estão funcionando — e respondendo com precisão, mesmo depois de nunca terem sido usados novamente depois do encontro com Saturno nos anos 80 — é motivo de comemoração na NASA. Com isso, a sonda ganha uma sobrevida de três ou quatros anos após o esgotamento de combustível. Agora, o mesmo teste será realizado também com sua nave gêmea, a Voyager 2.
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