Cientistas usaram modelos de supercomputador a fim de simular como seriam os voos em um futuro superaquecido. E o que eles descobriram é que a elevação global das temperaturas no planeta Terra pode incidir em um aumento significativo no número de turbulência entre os anos de 2050 e 2080.
Em áreas com menos intensidade de voo, como é o caso de trajetos a partir da América do Sul, da Austrália e da África, a projeção é que haja um aumento de 50% a 60% dos casos de turbulência. Já corredores com maior tráfego, como voos partindo de países na América do Norte, na Europa e no norte do Pacífico, a previsão é de que dobre o número de turbulências.
Isso acontece porque o aumento das temperaturas resultarão em jatos de ar mais fortes colidindo com aeronaves no que se conhece como turbulência de ar claro — quando o céu está limpo e o piloto não consegue prever a ocorrência desse tipo de evento. E tudo isso a uma altura que varia de 34.000 a 39.000 pés de altura, por onde trafegam os voos comerciais.
“Em latitudes médias a altas em torno da Europa e da América do Norte é onde os fluxos de jatos [de ar] são mais proeminentes, e é onde vemos o maior aumento de turbulências”, afirmou Luke Storer, pós-doutorando da Universidade de Reading e um dos responsáveis pelo estudo publicado na revista Geophysical Research.
Ressalvas
É importante ressaltar que este estudo leva em conta apenas o pior cenário de todos para fazer a sua projeção. Em suma, ele assume que as emissões de carbono não terão qualquer redução ao longo das próximas décadas para prever que essas serão as condições daqui a cerca de três ou quatro décadas.
Além disso, ele também utiliza as características das aeronaves atuais para projetar. É possível prever, porém, que em 30 ou 40 anos a aerodinâmica dos aviões tenha sofrido algumas alterações a fim de aprimorar o seu desempenho. Da mesma forma é plausível imaginar que os sistemas de detecção e prevenção de turbulências também terão evoluído.
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