Pare para pensar um pouco: a eletricidade está em praticamente tudo ao nosso redor. Na lâmpada acesa no teto da sua casa, gerando energia para PC, TV ou smartphone, e como um fenômeno natural. Mas você sabe como a gente começou a compreender e usar tudo isso para evoluir até como ser humano?
Com o apoio da Enel, uma das empresas líderes mundiais no fornecimento de energia e gás, você vai conhecer agora a história da eletricidade.
O conceito
A eletricidade é mais ligada ao conceito de energia elétrica, que é a passagem ou transferência de cargas, mas claro que é bem mais complexo que isso. E não dá para dizer quando ela começou, já que a eletricidade sempre esteve por aí. Relâmpagos são descargas naturais da atmosfera na direção do solo, e homens das cavernas viram isso de um jeito bem visual com o descobrimento do fogo.
Cena do filme "A Guerra do Fogo"
Uma das unidades básicas da composição da matéria, os átomos têm os prótons, que são cargas positivas, e os elétrons, que são as negativas. Em um sistema isolado, eles existem em quantidades iguais, mas os elétrons podem ganhar liberdade e se transferir de um corpo para o outro.
Os pioneiros
No entanto, quando a gente começou a entender isso? Foi com o filósofo grego Tales de Mileto no século VI a.C. Esfregando um pedaço de âmbar na pele de um animal, ele percebeu que gerava a atração de pequenos objetos, como pedaços de palha.
O filósofo achava que esse experimento era um fenômeno de magnetismo, mas na verdade ele descobriu a eletricidade estática a partir do atrito
Agora, a gente viaja no tempo para 1600. Foi com William Gilbert que o estudo da eletricidade começou a avançar, inclusive sobre a resistência de certos materiais. A palavra "eletricidade" vem dos estudos dele e deriva do latim electrum, que significa âmbar.
Otto von Guericke e o gerador caseiro
Mas quem colocou isso na prática foi Otto von Guericke, em 1650. Ele construiu a primeira máquina eletrostática que servia como gerador: uma bola de enxofre que gerava atrito com terra seca.
Avançando como um raio
A gente só entendeu que eletricidade existia na natureza no século XVIII. Benjamin Franklin fez aquele experimento clássico com uma chave de metal pendurada em uma pipa, empinada durante uma tempestade. O relâmpago conduzido ainda o levou a criar o primeiro para-raios.
Benjamin Franklin e seu famoso experimento — que não foi tão perigoso quanto as ilustrações mostram
Aí, ficou muito mais fácil entender o que era eletricidade e desenvolvê-la ainda mais. Com o tempo, cientistas italianos descobriram que gerar eletricidade era também um processo químico e que acontece dentro do nosso corpo.
Luigi Galvani fez as pernas de uma rã se mexerem usando descargas elétricas, mas não entendeu bem como isso acontecia. Lá por 1800, Alessandro Volta descobriu que as contrações eram causadas pelos metais nos nervos e nos músculos, e que o sistema nervoso usa conexões elétricas para enviar sinais ao corpo.
Sabe a bateria de íon-lítio compacta e moderna que você tem aí no seu celular? A pioneira disso tudo foi criada pelo Volta. A pilha voltaica era literalmente placas de cobre e zinco empilhadas, separadas por tecidos molhados com ácido. Foi a primeira vez que uma carga elétrica constante foi produzida.
Uma recriação da pilha de Volta
O sobrenome dele batizou o “volt”, a unidade de tensão elétrica. Ele ainda descobriu que a energia podia ser transmitida ao ligarmos conectores de cargas positiva com negativa.
Produção em massa
Mas ainda teve muita coisa pela frente até chegarmos aos dias de hoje. Não adiantava entender as propriedades da eletricidade e saber classificá-la ou identificá-la se a gente não sabia produzir essa energia para consumo. E foi aí que entrou a figura de Michael Faraday.
O dínamo de Michael Faraday
Além de toda a contribuição teórica com leis da indução eletromagnética e o experimento da gaiola de Faraday, o cientista criou em 1831 o chamado dínamo. Trata-se do primeiro aparelho gerador funcional a transformar energia mecânica em elétrica com uma combinação básica de ímãs formando um campo magnético e um disco de metal.
Para gerar luz por volta de 1800, o inglês Humphry Davy aquecia pedaços de metal com eletricidade para a substância brilhar e gerar energia — isso foi chamado de lâmpada de arco. Só que, apesar de revolucionária, ela esquentava demais o metal e também o ambiente.
A era de Edison
Quem adorou essas duas invenções foi ninguém menos que Thomas Edison. Ele inventou em 1879 nos Estados Unidos a lâmpada elétrica incandescente, bem parecida com a que a gente usa hoje. A primeira tinha uma haste de carvão envolvida por um bulbo a vácuo e ficou acesa só por 45 horas. A importância de Edison é ainda maior porque ele tornou esse produto comercializável e criou todo o mercado desse e de outros produtos.
Thomas Edison
Só que existe polêmica também. Edison é creditado como o inventor de muita coisa porque ele tem as patentes registradas em seu nome, mas hoje em dia já se sabe que ele também corria para registrar inventos com muita gente envolvida, que tinham sido descobertos antes em outros lugares do mundo ou só precisavam de aperfeiçoamento.
E claro que a gente tem que citar Nikola Tesla, um dos mais renomados cientistas do mundo em termos de eletricidade, mas também um dos mais injustiçados.
Sem ele, não teríamos tantos conhecimentos em corrente alternada e sistemas complexos de distribuição de energia
A corrente alternada faz o sentido dos elétrons variar na transmissão, e aí dá para convertê-la de alta para baixa tensão. Por isso, ela é melhor do que a contínua para transportar energia a longas distâncias, que era a teoria defendida por Edison. Ele ainda criou a chamada bobina de Tesla, um transformador que gerava eletricidade sem fio por ressonância no ar.
Depois que os produtos elétricos começaram a existir, chegou a hora de gerar essa energia em larga escala. A primeira usina do mundo foi a Pearl Street Station, em Nova York. Inaugurada em 1882, ela usava motores a vapor e inicialmente atendia 400 lâmpadas.
O desenho da Pearl Street Station por Edison
Já a primeira vez em que a força das águas foi usada para gerar energia foi no mesmo ano em Wisconsin, para iluminar a casa de um rico produtor de papel da região. Pois é, essa foi a primeira hidrelétrica, um modelo de geração de eletricidade que a gente conhece muito bem aqui no Brasil.
A energia elétrica foi essencial durante toda a Segunda Revolução Industrial, da lâmpada de Edison até o fim da Segunda Guerra, já virando uma alternativa à energia a vapor junto com o petróleo
A eletricidade passou então a dominar as nossas vidas, e as evoluções não pararam. As baterias estão menores e mais poderosas, as lâmpadas usam materiais diferentes e mais econômicos, e até equipamentos que antes eram dominados por outras fontes de energia, como os carros, estão se rendendo à eletricidade.
Conteúdos complementares
Foram muitos avanços e cientistas importantes que a gente deixou de fora neste conteúdo. Mas, se você se interessa pelo assunto, recomendamos que vá atrás de mais leituras e vídeos.
Quer alguns exemplos? Charles Du Fay foi quem começou a estudar e separar materiais entre isolantes e condutores. Thomas Davenport criou o primeiro motor elétrico para ser usado em bondes de transporte público. James Maxwell fez estudos pioneiros de eletromagnetismo que depois foram todos confirmados. E as teorias de William Thompson, também conhecido como Lorde Kelvin, serviram para fabricação de cabos elétricos mais eficientes.
Mas, e no Brasil?
A eletricidade chegou ao país logo depois da invenção do dínamo e da lâmpada, principalmente pelo interesse do imperador Dom Pedro II nas ciências.
Ele inaugurou os dois primeiros sistemas públicos de iluminação elétrica do país no lugar do gás. O primeiro, em 1879, foi na fachada da Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II, no Rio de Janeiro. O segundo foi nas ruas de Campos dos Goytacazes, em 1883.
A fachada da Estação Central da Antiga Estrada de Ferro Dom Pedro II
Já a primeira hidrelétrica daqui foi construída nesse mesmo ano, no município mineiro de Diamantina, para ajudar a iluminar o sistema de mineração da cidade. Hoje, o Brasil tem uma matriz de energia elétrica de 4.723 usinas e capacidade de geração de energia elétrica de 142.610 Megawatts.
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E esse foi mais um capítulo da nossa série sobre a história da tecnologia, contando como surgiu e evoluiu a nossa boa e tão essencial eletricidade. Lembrando que este vídeo contou com a parceria da Enel, uma das maiores empresas nos mercados de energia e gás e que por mais de 60 anos leva progresso às pessoas ao redor do globo, inclusive aqui no Brasil.
Mas claro que muita coisa ainda virá pela frente, né? E você, como acha que será a nossa vida com a eletricidade no futuro? Para mostrar que acredita no país e na inovação como pilar da sociedade, a Enel está encabeçando uma iniciativa para impulsionar startups, que vão receber investimento e um curso lá no Vale do Silício. Quer saber mais?
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