A NASA vai realizar na próxima sexta-feira (22) uma manobra com a sua espaçonave OSIRIS-REx quando ela estiver sobrevoando a região do Polo Norte, direcionando o veículo para o espaço a fim de que ele possa finalmente partir ao encontro de um asteroide. Sim, o grande objetivo desta missão é fazer com que o veículo espacial chegue ao asteroide Bennu e retire dele a maior amostra de material de asteroide já obtida até então.
Este programa visa permitir que os cientistas estudem o material para compreender um pouco mais sobre a órbita terrestre. Isso porque o Bennu está relativamente próximo de nosso planeta e descreve um trajeto em torno do Sol bastante semelhante ao nosso, tendo como diferença apenas uma inclinação de 6° em relação à órbita terrestre.
Desde que foi lançada, em 2016, a OSIRIS-REx realizava um trajeto pouco distante da Terra, por isso ela terá seu caminho desviado a fim de que possa se aproximar do asteroide e, se tudo correr bem, cumprir a sua missão. Para alterar a órbita do veículo, a NASA vai utilizar uma técnica conhecida como gravidade assistida.
Gravidade assistida
Essa técnica foi a escolhida pela agência espacial dos Estados Unidos porque utilizar os propulsores da espaçonave consumiria basicamente todo o seu combustível. A gravidade assistida já foi usada inúmeras vezes para alterar trajeto ou velocidade de veículos no espaço e consiste basicamente em uma troca de energia entre dois corpos.
Ao realizá-la, a OSIRIS-REx obtém impulso a partir da Terra como um carrinho de montanha-russa ao deslizar para baixo pelos trilhos. Como o volume do planeta é infinitamente maior, a manobra não causa qualquer efeito no planeta, mas é capaz de dar ao veículo a velocidade necessária para alterar o seu trajeto rumo ao asteroide Bennu.
A OSIRIS-REx se aproximará da Terra a uma velocidade de 30.500 km/h, que depois será reduzida para 17.700 km/h quando ela se aproximar da Antarctica, às 13h52 (horário de Brasília). Nesse momento, a NASA perderá contato com o seu veículo e as comunicações devem ser reestabelecidas apenas 50 minutos depois.
A caminho do asteroide
Ao redirecionar a sua órbita, o veículo flutuará ainda por mais de um ano até finalmente alcançar o Bennu, o asteroide com cerca de 500 metros de largura. Quando o trajeto for definido, os cientistas precisarão interferir aqui da Terra apenas uma vez a cada alguns meses para fazer pequenos ajustes. Ao alcançar o seu objetivo, o veículo demandará interações mais constantes, a cada dois dias.
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