Da ficção de filmes como “Interestelar”, com o milho modificado para resistir a pragas, até casos reais, como alguns que já tratamos aqui no TecMundo, não faltam exemplos de como a ciência e a tecnologia ajudam a agricultura a se tornar mais produtiva. Agora, cientistas desenvolveram três alimentos geneticamente modificados para combater algumas das “doenças de plantação” mais problemáticas do mundo.
Segundo estudos publicados na Nature Biotechnology, pesquisadores de instituições distintas do Reino Unido e do Brasil criaram plantas transgênicas capazes de resistir a males persistentes, como as ferrugens da soja asiática e do caule do trigo e o chamado míldio-da-batateira (ou requeima-do-tomateiro). Os estudiosos da Universidade de Viçosa, do John Innes Centre e do Sainsbury Laboratory usaram técnicas diversas de manipulação genética para tornar os alimentos resistentes a essas pragas, capazes de acabar com plantações inteiras.
Exemplo de folha de soja infectada pelo fungo da "ferrugem"
De acordo com alguns dos cientistas, o que é mais interessante sobre as novidades é que a metodologia de isolamento de genes de resistência utilizada deve acelerar consideravelmente a descoberta de outras porções de genoma úteis para a criação de plantas mais resistentes a pragas. “Podemos prever esse material genético sendo usado para aumentar o combate a doenças em plantações ao longo dos próximos 5 a 10 anos”, disse o pesquisador Jonathan Jones ao Gizmodo.
Impacto mundial
Para Jack Westwood, diretor de assuntos internos da The 2Blades Foundation – instituição que apoiou os três estudos –, as descobertas têm um impacto extremo, já que as pragas em questão podem diminuir as colheitas em até 80%. “No Brasil, sei que apenas os custos [de produção] da soja asiática chegam a US$ 2 bilhões [cerca de R$ 7,14 bilhões], então a resistência ajudaria a diminuir bastante esses gastos”, afirma.
Como as três pragas afetam fortemente plantações no mundo inteiro, o interesse pela adoção das novas versões geneticamente modificadas é bastante elevado. Com isso em mente, não é estranho imaginar que alimentos feitos com as novidades podem chegar aos nossos pratos em apenas alguns anos.
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