Um grupo de cientistas da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, desenvolveu uma nova tecnologia de satélites que não somente cabem na sua mão, mas também foram feitos para serem extremamente baratos de serem colocados em órbita. Chamados FemtoSats, os aparelhos possuem a forma de um cubo com lados de 3 cm e 35 gramas de peso com o custo de apenas US$ 1 mil (cerca de R$ 3.569) para serem levados ao espaço.
O protótipo desenvolvido pelos estudiosos, o SunCube 1F, é alimentado por energia captada por painéis solares que restaram de outros dispositivos – não há empresas que fabriquem essas placas em um tamanho tão pequeno. A diminuta unidade possui um sistema de propulsão, captura de imagens, comunicação e coleta de dados.
“O padrão de design deriva do CubeSat da Cal Poly [Universidade Politécnica da Califórnia] e é extensível, o que permite grandes customizações”, disse Jekan Thanga, professor responsável pelo projeto, ao TechCrunch. Outra versão do satélite é o 3F, que basicamente consiste em três dos cubos menores empilhados e permite o transporte de pequenas cargas.
Embora o tamanho do satélite permita que seu envio ao espaço se torne muito mais barato do que o de um aparato tradicional, é extremamente difícil encontrar hardware que caiba em um cubo de 3 cm e seja apropriado para uso no espaço. O time está trabalhando em antenas “infláveis” que usam pó sublimador para se estender, mas estão tendo dificuldades para encontrar um chipset X-band wireless que caiba em um FemtoSat.
Porta aberta para o futuro
Com base nos valores atuais, os cientistas estimam que um SunCube 1F poderia ser enviado até a Estação Espacial Internacional por menos de US$ 1 mil, permitindo experimentos de microgravidade e exposição espacial. Outros usos do aparelho poderiam ser feitos em órbitas mais baixas da Terra, mas isso custaria cerca de três vezes o valor citado.
Ainda assim, os preços seriam uma verdadeira barganha quando comparados aos mais humildes CubeSats atuais, que podem custar centenas de milhares de dólares – ou mais, dependendo dos serviços de lançamento e da demanda. “Por conta do baixo custo de lançamento, podemos testar e qualificar componentes para o espaço sem ter que levá-los em um CubeSat ou mesmo em uma espaçonave dedicada”, diz Thanga.
O pesquisador acredita que a novidade vai acelerar o desenvolvimento e a qualificação de equipamentos espaciais, já que diminuir a barreira de preço certamente vai estimular a experimentação e a entrada de novos interessados nessa indústria. No entanto, é preciso ressaltar que o time está longe de conseguir produzir a novidade em massa ou oferecê-la comercialmente.
Por enquanto, os estudiosos planejam produzir uma dúzia ou duas de FemtoSats para conduzir testes e qualificá-los para uso. Eventualmente, os cientistas esperam lançar a invenção como laboratórios minúsculos ou inseri-los como parte de espaçonaves maiores como orbitadores descartáveis de uso geral.
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