Quem sofre de algum tipo de deficiência física sabe bem que não tivemos grandes avanços tecnológicos quando o assunto são acessórios como cadeiras de rodas, bengalas e afins. Felizmente, parece que isso pode estar para mudar: a CES 2017 virou palco de vários dispositivos interessantes que prometem ser de grande ajuda para quem utiliza esses tipos de instrumentos, adicionando um toque smart muito bem-vindo a eles.
Um dos primeiros exemplos surgidos no exemplo é a Dring, uma bengala inteligente que vai aumentar em muito a segurança de quem a utiliza. E o que ela traz de diferente? Bem, para começar, ela conta com um módulo GPS que permite a você enviar suas informações de posicionamento para contatos específicos do celular.
Como se a utilidade e a facilidade desse aparelho não fossem suficientes, a bateria do Dring ainda dura semanas com uma só carga
Além disso, o Dring permite a você configurar o aparelho para enviar avisos por SMS, email ou até fazer ligações, e tudo isso com o pressionar de um botão ou caso o usuário da bengala acabe caindo (um problema que, em minha experiência pessoal, é bastante comum de acontecer).
Outro projeto bastante interessante é o Gaspard, uma almofada inteligente com sensores para usuários de cadeiras de rodas que é capaz de identificar se a pessoa está devidamente posicionada em seu “veículo”. Caso algo esteja errado, o acessório avisa o usuário, através de um aplicativo para smartphones, qual é o problema e como corrigi-lo. Pode parecer algo simples, mas é de extrema ajuda para evitar dores crônicas dos pacientes por culpa de uma postura ruim.
Não se limitando a problemas de locomoção, tivemos também a apresentação de um acessório bastante curioso, mas promissor, para ajudar vítimas de derrame. Desenvolvido pela empresa sul-coreana Neofect, esse acessório vem para auxiliar os pacientes em sua reabilitação – algo que é um desafio por si só, dado problemas de agendamento, custos e afins –, trazendo a eles a chance de se “exercitarem” em casa.
Composto de uma luva que mais parece parte da estrutura de um traje do Homem de Ferro, o aparelho da Neofect visa transformar a reabilitação em uma brincadeira. Com a ajuda de um software desenvolvido especialmente para trabalhar com o acessório, a mão do paciente se torna o controle em uma série de mini games simples, que pedem ao jogador tarefas como girar os pulsos ou segurar objetos virtuais. Há também um aparelho feito para ajudar vítimas cujo derrame afetou até mesmo os cotovelos e ombros, vale notar.
Apesar de trazer apenas jogos simples, a luva Raphael da Neofect incentiva as vítimas a se reabilitarem de forma divertida
É claro que todos eles são jogos simples, mas acabam por ser bastante desafiadores para vítimas de um derrame. E não precisamos nem dizer que essas brincadeiras são incentivos muito mais interessantes do que os exercícios comuns que eles normalmente precisam fazer.
Por último, mas não menos importante, temos uma tecnologia que não foi desenvolvida especialmente para deficientes, mas que pode fazer uma enorme diferença na interação com telas de toque para pessoas cegas ou de visão limitada. Trata-se do Hap2U, uma tela que traz respostas hápticas para o usuário que toca em sua superfície.
A ideia é extremamente simples: para cada objeto ou parte da tela com o qual você interage, o Hap2U entrega diferentes respostas táteis. Assim, mesmo sem olhar para o display é possível saber quando seu dedo está sobre um número ou um botão específico. Isso pede, é claro, um bom treino para que o usuário memorize cada aviso, mas tudo se torna mais fácil se unirmos isso às ferramentas de acessibilidade que já temos em nossos celulares, por exemplo.
O único problema? Atualmente, o protótipo do Hap2U apresentado na convenção é bastante grande, o que o torna bem limitado. No entanto, a empresa está atualmente trabalhando para miniaturizar suas tecnologia e dar a ela mais aplicações.
Tudo isso, no fim das contas, ainda são passos pequenos, mas que já mostram um avanço muito maior do que tivemos em décadas para oferecer facilidades tecnológicas para os deficientes. Resta torcer que essa se torne uma tendência cada vez maior para o mercado.
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