Abordagens diferentes para realizar a mesma tarefa (Fonte da imagem: Reprodução/TapScape)
Se você é leitor assíduo do Tecmundo, já deve ter uma boa ideia de toda essa situação. Siri e Google Now são dois assistentes pessoais para sistemas operacionais móveis que pretendem tornar a realização de tarefas e obtenção de informações mais fácil no dia a dia dos usuários.
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Você pode fazer perguntas e obter respostas diretas com comandos de voz e, dependendo da situação, praticamente conversar com seu smartphone. Ideia interessante, mas que até o momento ainda não conseguiu gerar a “ferramenta perfeita” para interagir com as pessoas.
De qualquer forma, qual das duas está mais perto de atingir esse nível? Google Now do Android ou Siri do iOS? Se você acha que o mais importante nesse sentido é ter o aparelho respondendo com uma voz virtual a todas as suas perguntas, talvez a Siri pareça mais interessante num primeiro momento. Já se a sua ideia de assistente pessoal no smartphone é mais abrangente, ou seja, de um sistema que seja capaz de fornecer informações da forma mais prática possível, o Google Now deve deixar você bem interessando.
Acontece que esses dois assistentes possuem abordagens diferentes para realizar a mesma tarefa. Aí depende do que você mais espera de uma ferramenta dessas para decidir qual é o melhor para você. Mesmo assim, não há como não perceber que os avanços do Google Now são muito mais significativos que os da Siri, o que tornou o assistente do Android bem mais útil que o do iOS.
Além do mais, se você for pensar em comandos de voz, o Google Now já reconhece dezenas deles em português, marca que a Siri está longe de alcançar. Em alguns aparelhos construídos em volta do assistente da Google, como o Moto X, esse sistema se torna ainda mais inteligente e simples de usar — mais uma vantagem para o Google Now.
Google Now sem tocar em nada (Fonte da imagem: Reprodução/Domokum)
Correndo atrás do informal
A Apple, entretanto, não parece satisfeita com essa situação e pretende se manter forte nessa corrida e investir pesado nessa área. A Maçã comprou recentemente uma startup chamada Topsy por mais de US$ 200 milhões. A empresa é especializada em analisar dados provenientes do Twitter e outras fontes, comparando e obtendo informações sobre a forma como as pessoas conversam.
Parece uma ótima forma de observar a construção e o uso de gírias, entender sentidos novos para palavras antigas e, claro, obter respostas bem diretas para algumas perguntas. Como o negócio é recente e a Apple não costuma revelar detalhes sobre esses acordos de compra, não é possível ter certeza sobre como a empresa vai utilizar a tecnologia da startup. O maior palpite é na Siri, entretanto.
O material da Topsy é ideal para deixar a assistente pessoal do iOS melhor e mais inteligente. Quanto melhor ela conseguir entender os usuários da internet, melhores respostas poderão ser “calculadas”. Para isso, é necessário incluir o vocabulário informal no banco de dados da ferramenta — vocabulário esse, por sua vez, que é bastante vasto no Twitter.
Virada de jogo?
Caso isso realmente seja aplicado na assistente pessoal da Apple, é possível dizer que a Siri poderia se tornar em pouco tempo uma ferramenta mais natural que o Google Now no sentido da flexibilidade para entender o usuário. A Google, entretanto, tem algumas cartas na manga para se manter bem na corrida da mesma maneira. A Gigante das Buscas pretende continuar usando o que a tornou uma grande empresa de internet para impulsionar ainda mais o Google Now.
De acordo com o que disse o engenheiro chefe do assistente do Android, Scott Huffman, ao The Telegraph, sua equipe se sente segura em continuar desenvolvendo a ferramenta por conta das bases que a empresa criou para isso ao longo dos anos. “A razão pela qual nos sentimos muito bem em termos de concorrência é o fato de que tudo o que estamos fazendo hoje é construído em cima da fundação dos sistemas de buscas e ranqueamento web ”, explica ele comentando sobre a principal especialidade da Google.
Importância local
Recentemente, o Google Now recebeu uma grande atualização e passou a reconhecer uma infinidade de comandos em português do Brasil. Antes era possível basicamente fazer buscas na web. Agora, você consegue receber resultados diretos, com os famosos cards do Google Now e até ajustar alarmes, lembretes e definir alguns detalhes para seu aparelho apenas conversando com ele. Entretanto, ainda não é possível obter respostas mais complexas por voz, como na versão em inglês do app, coisa que nenhum dos concorrentes consegue fazer.
Esse tipo de aprimoramento para diversos idiomas e reconhecimento de comandos atribuindo a eles respostas diretas é um trabalho que a Google tem colocado nas mãos de pessoas reais, e não de algoritmos. Isso foi feito para beneficiar o assistente pessoal da empresa e torná-lo mais preciso, o que significou uma mudança cultural dentro dos escritórios de uma companhia que sempre foi acostumada com “faça um programa para ele fazer algo para você”.
Agora, pessoas estão fazendo coisas direto para pessoas por lá. “Os humanos entram em ação na hora de identificar quais fontes de informação deveriam ser utilizadas. A outra área é a verificação de dados para que, quando pessoas fizerem uma pergunta como ‘Quantos anos tem Tom Cruise?’, nós possamos ter a resposta certa”, explicou Huffman.
É difícil comentar sobre como a Apple tem lidado com a concorrência nesse campo dos assistentes pessoais, já que a política da empresa é de segredo para tudo. De qualquer maneira, ainda dá para inferir algumas coisas sobre as ações externas da companhia, como a compra de startups e as atualizações que a Siri tem recebido com o passar do tempo. Infelizmente, não há previsões sobre quando a Apple vai resolver liberar uma versão da assistente em português.
De qualquer maneira, é importante reconhecer os avanços desse tipo de ferramenta e imaginar como elas poderão facilitar nossa vida no futuro. Mas e no presente, qual delas está mais adequada para as nossas necessidades do cotidiano? Deixe sua opinião nos comentários e veremos o que realmente importa para quem usa um assistente pessoal no smartphone.
Fontes