Sob uma aparência inocente e um modo de conduta gentil e disposto a ajudar qualquer um se esconde um matador. Essa informação é chocante à primeira vista – afinal, como alguém tão sofisticado e que parece só fazer o bem pode algum dia sequer ter pensado em fazer o mal?
O mais chocante é que ele não se contenta em simplesmente fazer novas vítimas, mas, assim como os canibais que acreditavam incorporar qualidades de seus oponentes mortos, não tem vergonha em roubar características dos mortos que deixa para trás.
Esse assassino serial está mais perto do que você imagina, e sua sede de sangue não tem limites. Tudo indica que nos próximos anos serão várias as vítimas que ele vai fazer, e dificilmente haverá alguém capaz de barrar sua ação.
Os parágrafos acima são uma simples brincadeira, porém não é difícil fazer uma comparação do modo de atuação do assassino descrito com os aparelhos celulares lançados nos últimos anos.
Quem pôde acompanhar a evolução dos celulares sabe o quanto eles mudaram desde que foram criados, incorporando funções a ponto de serem considerados verdadeiros computadores portáteis.
Há quem já utilize o celular com o objetivo principal de acessar a internet, participar de jogos online com amigos, guiar-se por mapas através da cidade ou escutar música. Em meio a todas essas alternativas, fazer ligações e enviar mensagens passa a ser meramente um extra interessante.
Neste artigo mostramos alguns dos aparelhos que, se não se tornaram totalmente dispensáveis, podem ser facilmente substituíveis por um celular qualquer. Além disso, revelamos uma breve visão do futuro que indica quais as próximas vítimas que esse matador implacável deve fazer nos próximos anos.
Adeus para relógios e despertadores
Pare para pensar e lembre-se da última vez que você fez questão de levar consigo um relógio de pulso na hora de sair de casa para conferir o horário? Difícil de saber, não? Afinal, não faz sentido se preocupar em levar um relógio se o aparelho celular realiza as mesmas funções de forma mais prática.
Embora os relógios de pulso não estejam exatamente perto do extermínio, há de se convir que os velhos despertadores não têm mais lugar quando comparados aos portáteis. Até o celular mais simples é capaz de ajustar vários alarmes diferentes, com a vantagem de acordar você com sua música favorita em vez de um apito irritante ou uma rádio qualquer.
A morte da agenda eletrônica
Uma das principais vítimas do celular foram as agendas digitais, sonho de consumo de muitos que viveram a década de 1990. Embora não fossem nada impressionantes do ponto de vista tecnológico, a possibilidade de ter seus contatos e anotar compromissos em uma tela monocromática com um teclado frágil parecia algo extremamente futurista.
Assim como os beepers, aparelhos típicos da época, as agendas eletrônicas foram assassinadas sem dó pelos celulares. Mesmo o modelo mais simples é capaz de armazenar centenas de contatos de maneira fácil, incluindo telefones residenciais e comerciais, além de endereço de email – tudo isso separado por categorias e com uma foto identificando cada um.
Não é preciso possuir nenhum smartphone de última geração para marcar eventos importantes e lembrar-se do aniversário de um amigo próximo. A função de calendário está integrada de maneira prática em praticamente todo aparelho, inclusive com a opção de fazer anotações e receber avisos na forma de mensagens de texto quando um evento se aproxima.
Um mapa do mundo dentro de seu bolso
Em países como os Estados Unidos, aparelhos GPS se tornaram algo indispensável na hora de sair de casa, já que são capazes de programar rotas em lugares desconhecidos e evitar trechos com tráfego congestionado.
Os smartphones mais recentes já contam com um chip de GPS integrado e alguma espécie de software de mapas que acompanha o sistema operacional.
Embora a maioria deles ainda não possua funções de orientação por voz, tudo indica que vão substituir os aparelhos automotivos e trazer maior liberdade para pedestres.
O maior limite enfrentado pelos aparelhos atuais na área é o tamanho da tela e o poder de processamento necessário para mostrar em tempo real os dados necessários para uma boa navegação por mapas.
Como a cada ano surgem smartphones mais poderosos e com telas maiores, não é de se estranhar se daqui a pouco tempo os GPS automotivos percam espaço para uma alternativa mais barata e que pode ser levada para qualquer lugar.
O assassinato da câmera digital
Quando se trata do uso cotidiano é inegável o fato de que muita gente deixou de comprar uma câmera digital dedicada para investir em um celular que possui essa função integrada. Afinal, nem todo mundo que exige a melhor qualidade do mundo em suas imagens, ainda mais quando o objetivo é simplesmente postá-las em uma rede social ou registrar um evento para a posteridade.
A popularidade das câmeras digitais pode ser comprovada pelas estatísticas do Flickr, que mostram que os modelos 3G e 3GS do iPhone são responsáveis pela maioria das fotos postadas no serviço. O que não é de estranhar, já que a integração online destes aparelhos permite enviar a foto para os servidores segundos após terem sido clicadas.
O fim dos MP3 player dedicados
Até bem pouco tempo atrás escutar músicas através do celular era um verdadeiro martírio por dois motivos: a baixa qualidade do áudio e o pouco poder de armazenamento dos aparelhos. Afinal, ninguém gosta de só ter 10 músicas à disposição e ter de ouvi-las com um monte de chiados e outros erros de compressão.
Com o aumento da qualidade de som e do tamanho disponível (um iPhone possui mais de 30GB de armazenamento, por exemplo), a tendência é que cada vez mais gente abandone os velhos MP3 player dedicados, favorecendo uma opção mais versátil e que dispensa carregar o bolso com vários dispositivos.
Plataforma ideal para jogos
Desde o lançamento do primeiro Game Boy, o domínio da Nintendo nunca foi abalado, nem mesmo com o PSP da Sony, principal concorrente do Nintendo DS. Porém, os celulares ganham cada vez mais espaço nesse mercado, encabeçados principalmente pelo iPhone da Apple.
Combinando convergência, portabilidade e preços acessíveis (muitos jogos custam US$ 2, valor bastante inferior aos US$ 30 cobrados por um cartucho de Nintendo DS), o iPhone se mostra uma plataforma cada vez melhor para jogos. Segundo dados da Flurry Analytics, os jogos vendidos para o aparelho já correspondem a 19% do mercado portátil.
Celulares cada vez mais poderosos e com interface touchscreen têm tudo para representar o fim do domínio das fabricantes tradicionais na área de hardware. É claro, para isso devem investir em títulos de qualidade e uma forma de distribuição diferenciada, algo que a Apple já provou que dá muito certo com sua App Store.
As próximas vítimas
Mesmo com todas essas mortes no currículo, os celulares já planejam fazer mais vítimas em um futuro não tão distante. O próximo alvo pode ser os cartões de crédito, através de pequenos chips integrados a smartphones que fazem um papel semelhante ao das faixas magnéticas, tendo como vantagem a leitura mais rápida de dados.
A popularização das redes 3G e o incremento da qualidade das câmeras digitais tornam os celulares uma opção cada vez mais viável para a realização de videoconferências. O próximo modelo do iPhone deve comprovar essa tendência, acompanhando uma câmera frontal para conversas em tempo real através de vídeo.
Hotéis de Las Vegas já estudam um método pelo qual os clientes podem abrir a porta de seu quarto através de toques específicos inseridos no celular na hora da chegada. Um microfone nas portas é responsável por identificar a melodia, garantindo mais segurança e comodidade.
Outras áreas que devem ser afetadas são as compras em grandes lojas (confira mais detalhes nesse artigo) e o setor de segurança, substituindo chaves tradicionais por sinais personalizados que podem ser acionados pelo celular. Isso só para citar alguns exemplos, já que o celular não se contenta somente em cometer assassinatos previsíveis.
Categorias