Samsung Galaxy A56 REVIEW: a fórmula ainda funciona

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A linha Galaxy A é uma das que mais faz sucesso no Brasil. A Samsung tem modelos de diferentes faixas de preço, com recursos específicos e sempre acaba fazendo boas apostas. É nisso que o Galaxy A56 se apoia: em uma fórmula que funciona. 

 

Ele seria o modelo mais indicado para a maioria das pessoas que busca um smartphone intermediário por trazer um visual premium e alguns recursos avançados. Apesar de não encostar em muita coisa no Galaxy S, ele definitivamente não faz feio — assim como o A55. 

O novo modelo tem melhorias no design, no desempenho, no software e câmeras mais modestas, ainda que sejam boas. 

 

Novo design 

 

A Samsung usa designs bem parecidos nos seus celulares. As mudanças do A54 para o A55 são sutis, assim como as mudanças do último para o Galaxy A56. Mas eles mudaram, sim, algumas coisas e eu queria destacar três delas. 

 

O novo Galaxy A56 — assim como o A26 e o A36 — traz uma nova identidade visual. No lugar das três câmeras na vertical sem nenhum módulo, agora ele tem um formato em pílula que não fica exatamente colado à parte traseira. É algo parecido com o que a Samsung fez com os aros de câmera do S25, só que ocupando um pouco mais de espaço. 

 

Isso dá um toque diferente para os celulares da linha Galaxy A e eu não duvido nada que a Samsung também vá usá-lo em outros modelos. 

 

A Samsung aumentou a proteção para o vidro Gorilla Glass Victus+ na frente e na traseira, e as laterais seguem como as do A55, com um alumínio texturizado que lembra o aço escovado, mantendo as bordas afiadas e os cantos arredondados.

Deisgn do Galaxy A56
Galaxy A56 ten belo visual para um intermediário (Ikagem: TecMundo)

 Ainda que use, basicamente, os mesmos materiais, o A56 é mais leve (198 gramas) e mais fino (7,4 mm) em comparação com o A55. Gosto desse visual bem premium, e o celular é confortável de ser usado. Eu só achei o botão de aumentar o volume um pouco para cima demais, mas isso depende de pessoa para pessoa. 

Mas ele também traz aquela “lombada” que deixa os botões laterais mais destacados. Outra coisa que se manteve igual foi a certificação IP67, mas não é pedir demais por um avanço para a IP68 ou até IP69, como até celulares mais acessíveis já contam. Aqui vale pontuar que o A56 tem suporte para o eSIM

Agora, uma mudança que pode não agradar muito foi a retirada de um espaço para usar um cartão microSD no A56, algo que está disponível no A55. O novo modelo aceita somente dois chips de operadora, mas vale notar que ele também é compatível com eSIM. 

Cartao SD do Galaxy A56
Falta de expansibilidade pode afastar usuários (Imagem: TecMundo)

 Fora isso, a parte traseira não traz nenhuma outra mudança impactante. O A56 chega nas cores rosa, cinza, verde e preto. Mas, se por um lado 

 

Tela

 

Se você colocar o Galaxy A55 do lado do A56, vai ver que tem muita coisa parecida, mas também diferente. Por exemplo, o novo modelo agora é milimetricamente maior e mais largo. Isso acabou dando mais espaço para a tela, que subiu de 6,6 polegadas para 6,7 polegadas, e agora ele tem bordas um pouco mais finas — menos na parte inferior. 

  

O A56 segue usando um painel Super AMOLED com praticamente as mesmas especificações do ano passado. Ele tem taxa de atualização de 120 Hz (mas não é LTPO), resolução Full HD+ e é compatível com HDR10+. A mudança que a Samsung fez foi no brilho, que aumentou de 1.000 nits para 1.200 nits, ou até 1.900 nits no modo de “boost”. 

 

Essa é uma mudança importante e entrega uma legibilidade boa sob luz solar, mas nem sempre todo o conteúdo fica tão visível. Nesse ponto, por exemplo, o Galaxy S24 FE fica na frente porque chega em 1.900 nits. Fora isso, a tela do novo A56 fica num ótimo padrão com cores vibrantes e nitidez. 

Tela do Galaxy A56
O Galaxy A56 tem uma boa tela para um intermediário (Imagem: TecMundo)

 

Ele também vem com um leitor de impressão digital óptico, como o próprio S24 FE. Essa é uma solução eficaz e rápida, mas não tão rápida quanto um leitor ultrassônico (que também não chegou no S24 FE, vale pontuar). Outro detalhe é que ele fica bem próximo da área inferior da tela, numa posição que não me parece muito natural. 

 

O A56 também tem uma configuração estéreo de áudio com um volume muito bom, e os graves também não decepcionam, ainda que seja algo modesto. É um som com uma boa experiência para assistir ou só ouvir músicas, e sem distorcer a qualidade no volume máximo. 

 

Desempenho e software

 

O Galaxy A56 chega com uma melhoria interessante de hardware, ainda que não pareça gigantesca no papel. Ele tem o chipset Exynos 1580, baseado em uma nova arquitetura. A GPU também é baseada na arquitetura RDNA 3, da AMD, e promete o dobro do desempenho. O celular ainda tem 8 GB de RAM e 128 GB ou 256 GB de armazenamento. 

 

Um fato é que ele é, sim, mais potente que o A55. O ganho de desempenho é notado na fluidez do sistema, ao reproduzir jogos mais pesados e até na hora de segurar os aplicativos na multitarefa — isso usando 4 GB de memória virtual dos 8 GB disponíveis, algo que vem habilitado por padrão. Mas não foi incomum ver ele dar umas leves engasgadas, mesmo na navegação. 

 

Além de ser mais potente que o A55, o A56 me pareceu bem estável. O celular não me pareceu sofrer nem nos testes de estresse de CPU ou GPU, e com temperaturas abaixo dos 40° na maior parte do tempo, inclusive jogando. 

 

Os jogos são um bom exemplo de como ele lida bem com esse tipo de carga mais forte. Joguei títulos como COD: Mobile, Asphalt, Genshin Impact, Wild Rift, Diablo Immortal e outros. Em todos eles eu deixei os gráficos no máximo e consegui um desempenho excelente em quase todos. 

Galaxy A56 em jogos
Mesmo não sendo um smartphone gamer, o Galaxy A56 se sai bem nos jogos (Imagem: TecMundo)

 

Em Genshin Impact, por exemplo, ele roda bem com as configurações de gráficos no máximo, mas em uma faixa de 30 fps. Não é o ideal, mas você não precisa reduzir tanta coisa para chegar nos 60 fps. O mesmo aconteceu com Diablo Immortal, que é outro título que exige bem do celular. Mas todos os outros, por outro lado, funcionam sem parecer causar nenhum tipo de problema ao hardware do A56. 

 

A Samsung conseguiu equilibrar bem o hardware do novo Galaxy A56, e boa parte disso seja devido ao software, talvez. Ele também terá seis atualizações de Android e seis anos de pacotes de segurança, ou seja, até 2031 (ou até o Android 21) esse celular será atualizado. E, além disso, ele agora traz mais recursos de inteligência artificial (IA). 

 

No ano passado, a Samsung inaugurou o Galaxy AI, seu conjunto de funções de IA, com o S24. Mas o A56 não traz a mesma versão “completa” que está nos recentes Galaxy S e Galaxy Z, e sim um combo de recursos mais focados em um uso social. 

 

Essas funções chegam com o Android 15 e a One UI 7, que é fácil uma das interfaces que eu mais curto — tem um vídeo bem completo aqui no canal sobre essa atualização, inclusive. Entre elas tem o AI Select, que deixa você selecionar textos, números, endereços e mais que aparecem na tela, além de até conseguir criar GIFs de vídeos que você está assistindo. 

Sistema do Galaxy A56
One UI 7 com Android 15 é bem fácil de utilizar (Imagem: TecMundo)

 

Ele ainda tem o Circule para Pesquisar, pode ler as páginas da internet usando o navegador da Samsung, o apagador de objetos; o A56 traz também a função de recortar vídeos automaticamente para “os melhores momentos” e até deixa você trocar a expressão no rosto de alguém que pode ter saído piscando na sua foto. 

 

Mas nem todos esses recursos são muito precisos. O recorte automático dos vídeos, por exemplo, é subjetivo e nem sempre escolhe o momento “certo”. O mesmo acontece com o apagador de objetos, que costuma deixar rastros bem mais claros que o S25 Ultra — o que é natural, o hardware do Ultra é bem mais potente. 

 

E o Best Face, que deixa você escolher a melhor expressão facial, funciona até que legal, mas se você aproximar a imagem consegue ver que é algo gerado por IA. Esse modo só funciona quando o recurso de foto em movimento está ativado, mas você pode usá-lo até em imagens feitas em baixa luz. 

 

Ou seja, esse não é o “Galaxy AI” completão. A Samsung diz que a proposta é atrair o público para o seu primeiro smartphone com IA, e que a linha Galaxy A tem consumidores mais focados nesse uso social, que traz mais funções de edição de imagens e afins para as redes sociais. 

 

Ou seja, ele não vem com o Gemini como assistente principal, não traz o Now Brief e a transcrição de áudio, assim como o Now Brief e outras funções para edição de textos. 

 

Bateria

 

A Samsung melhorou um único aspecto na bateria do Galaxy A56: ele agora é compatível com carregadores de 45 watts, que superam os 25W do S24 FE. Essa é uma boa notícia, já que o celular pode ser carregado por completo em cerca de 1h. 

 

Já a autonomia é um tanto mista e ele pode ser mais gastona em algumas atividades, como nos jogos. A descarga média com vídeos por streaming foi de somente -5% por hora, mas com os jogos ela chegou em até -18%. 

Traseira do Galaxy a56
Compatibilidade com carregador de 45W acelera a recarga (Imagem: TecMundo)

Na minha rotina, usando aplicativos de redes sociais e de trabalho, para ouvir músicas no fone bluetooth, jogando por pelo menos 1h e assistindo no YouTube ou em outros serviços de streaming, eu consegui uma média consistente. Foram cerca de 5h a 6h de tela ligada, sempre começando o dia com o celular em 100% e terminando ele, por volta das 22h, com até 40% da carga sobrando. 

 

Esse é um resultado bom, especialmente para quem faz um uso até mais moderado. Em uso geral, eu achei a autonomia dele até melhor que a do S24 FE (que tem 300 mAh a menos de capacidade, inclusive). 

 

Câmeras

 

A Samsung não mexeu muito na configuração de câmera do Galaxy A56 em relação ao A55, mas traz uma novidade. A câmera frontal passou de 32 MP para 12 MP, gerando uma perda na quantidade de pixels de uma imagem. Por outro lado, o novo sensor é maior e ainda registra imagens muito boas. 

 

As selfies são nítidas e cheias de detalhes, as cores são vivas e as imagens trazem um bom alcance dinâmico, garantindo mais qualidade. Eu gostei bastante dos resultados dessa câmera, ainda que ela tenha menos pixels que a do A55. 

 

Já as câmeras traseiras seguem praticamente as mesmas do ano passado. O sensor principal tem 50 MP, o ultra-angular tem 12 MP e a câmera macro, que foi facilmente a que eu menos usei, tem 5 MP. 

 

Eu tive um resultado bom, no geral, com a câmera principal do A56. Ele faz fotos ricas em detalhes e com cores vibrantes, o que certamente pode agradar na maioria das vezes — especialmente em lugares com boa iluminação. 

Camera Galaxy A56
Câmera principal do Galaxy A56 faz um bom trabalho (Imagens: TecMundo)

Eu reparei que o software do celular tenta compensar a iluminação geral e, de quebra, suaviza um pouco os objetos e pessoas de uma cena. É um efeito já conhecido do público, mas que nem sempre resulta em imagens muito realistas. Essa câmera também faz bons registros em lugares de baixa luz, mas suavizando bem mais os detalhes e perdendo um pouco a saturação também. É o tipo de registro mais prático para usar nas redes sociais ou para enviar a um amigo sem ter que fazer retoques, por exemplo. 

 

Mas esse tipo de efeito fica bem mais evidente com a câmera ultra-angular. No geral, independente da iluminação, essa câmera tende a suavizar muito os objetos, sombras e nitidez das cenas. Mas existe um “truque” aqui: na câmera principal, o modo noturno de fotografia fica muito próximo, em vários casos, do modo tradicional, que já faz imagens claras. Porém, nessa câmera mais ampla o modo noturno faz um efeito positivo e vale a pena usar. 

 

Outra coisa positiva aqui é o modo de gravação de vídeos do celular. Ele é muito consistente e registra imagens em 4K com 30 fps em todas as câmeras. Os vídeos que fiz ficaram nítidos, com cores bem atraentes e fortes, além de não destacar tanto os ruídos. Até mesmo em cenários com menos iluminação os vídeos são bonitos e estáveis. 

Camera noturna do Galaxy A56
Em baixa luz as câmeras suavizam mais os objetos (Imagem: TecMundo)

 

Eu também achei que a câmera ultra-angular dele faz vídeos mais agradáveis do que nas fotografias. Não que ele seja ruim nas fotos, mas nos vídeos a perda de nitidez é menos aparente. E isso é um destaque bom, já que o celular tem esse foco mais social e geral. 

 

Por último, como falei, ele tem uma câmera macro de 5 MP. Ela é simples, e é meio que basicamente isso. Essa câmera poderia ser facilmente substituída por uma telefoto? Até poderia, e seria um terceiro sensor muito mais útil, na minha opinião. Mas isso deixaria o celular mais caro, e a Samsung tem preferido deixar esse tipo de câmera exatamente para os modelos mais caros. 

 

Porém, existe um recurso que estreou no Galaxy S25 e que agora também está disponível no A56, que é o de criação de presets (ou filtros) para suas imagens. Ele deixa ajustar coisas como contraste, temperatura da cor, saturação, e você até pode pegar uma foto sua anterior que está com cores que você gosta e usá-la como base para um novo filtro. Acredito que a maioria das pessoas só se preocupe em fazer uma foto, mesmo, mas é uma função legal para quem gosta de personalizar as fotografias. 

 

Vale a pena comprar o Galaxy A56?

 

A linha Galaxy A é uma das mais vendidas da Samsung justamente por apostar nessa fórmula que já funciona. Eu não duvido que o A56 seja mais um sucesso de vendas, já que ele é um dos melhores intermediários da marca na atualidade. Ele é completo, tem um visual premium e atualizado, desempenho bom e refrigerado, além de trazer melhorias na tela e no carregamento. 

 

Mas o período de atualizações é algo bem importante: ele tem seis anos garantidos, sendo só um ano a menos que o Galaxy S25, por exemplo. E as funções de IA são legais, mas o conjunto é menos prático se a gente comparar com o Galaxy S. 

 

A Samsung atualizou coisas bem importantes, mas foi moderada em outras para manter o A56 no mesmo preço de lançamento do A55. A certificação IP67, a câmera macro e o leitor de digitais óptico são exemplos claros disso: poderiam ser melhores, mas funcionam bem (embora o sensor macro não seja lá o que eu chamaria de diferencial aqui). 

Vale a pena comprar o Galaxy A56?
Galaxy A56 é um intermediário completo (Imagem: TecMundo)

 E eu não sei se pode ter alguma relação com a mudança interna de trocar a posição do slot para os chips de operadora, mas tirar o espaço para cartões microSD não foi legal. Esse é o tipo de recurso que é valioso demais em muitas situações — e isso no mesmo ano em que a S Pen perdeu o bluetooth no S25 Ultra. 

 O novo Galaxy A56 tem preço sugerido de R$ 2.999 com 128 GB ou R$ 3.499 com 256 GB. Eu já encontrei ele aqui na faixa dos R$ 2,1 mil, que já é um valor atraente. Mas, pegando como exemplo o A55, em cerca de um mês após o lançamento ele ficou abaixo dos R$ 2 mil. Ou seja, se você esperar um pouquinho já sabe, né! 

 

Agora, falando de concorrência, o Galaxy S24 FE é um outro bom modelo para se considerar se você quer tela, câmera e desempenho melhores. O Motorola Edge 50 Pro é outro celular bem completo, com câmera telefoto e Snapdragon 7 Gen 3, além de ter um carregador de 125 watts (embora perca para a autonomia geral do A56). Mas eles estão mais caros, custando cerca de R$ 3 mil e R$ 2,5 mil, respectivamente. 

 

Mas o A56 evoluiu bem, sim. Esse é um dos intermediários mais completos para essa faixa de preço, e vale muito a pena considerar até esperar o seu preço baixar um pouco mais. Aliás, vale ficar ligado no TecMundo para ser informados sobre ofertas do Galaxy A56.

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