(Fonte da imagem: Johan Larsson)
O preço de um smartphone é composto por uma série de itens que incluem desde a mão de obra de trabalhadores das várias fases de produção, transporte e comercialização dos equipamentos até os impostos e o lucro de fabricantes, transportadoras e lojas.
Além disso, há ainda o custo dos itens que compõem o aparelho, como processadores, câmeras, telas, material de acabamento e absolutamente tudo que é combinado para dar forma e vida a um dispositivo portátil. Tudo isso incide no preço final que você, consumidor, vai pagar.
Mas você faz ideia de quais desses componentes físicos de um smartphone pesam mais no preço do gadget? Processadores costumam ser mais caros do que as câmeras ou as novas telas super-resistentes ainda custam mais? As informações abaixo podem responder a algumas dessas questões.
Processador: quase sempre o mais caro
Afirmar que o processador é o componente que mais pesa no preço final de um smartphone é, na maioria das vezes, correto. Isso porque normalmente o chip que dá vida ao dispositivo custa mais do que todas as demais peças quando seus preços são colocados lado a lado.
Em alguns aparelhos de ponta, como HTC Nexus One, iPhone 5 e BlackBerry Z10, o processador é o item mais caro, tendo custado respectivamente US$ 30,50, US$ 28 e US$ 23,50. Se levarmos em conta que o preço total de fabricação destes aparelhos gira em torno de US$ 150 a US$ 200, dá para ter uma noção da participação do custo do chip no preço final.
(Fonte da imagem: Gadget Masala)
A título de comparação sobre o constante aumento da participação dos processadores no preço final dos produtos, pode-se analisar o caso do iPhone: o iPhone 4 usava o chip Apple A4, que custou segundo o TechInsights US$ 14 para a produção; a versão seguinte do smartphone usou o Apple A5, aumentou em 50% e custou US$ 21 do valor total de produção do dispositivo; já o iPhone 5 embarcou um Apple A6, que custou US$ 28.
Armazenamento nem sempre é barato
Segundo levantamento do Bussiness Week, em 2012, um dos itens mais caros (na média) dos smartphones foi o sistema de armazenamento, com preço girando sempre entre US$ 20 e US$ 22. Mas um exemplo específico pode ser o preço de produção do Nokia N8, que recebeu a contribuição de US$ 37,12 do sistema de armazenamento do aparelho.
Nos iPhones, porém, esse item costuma ter preço discreto, girando sempre em torno dos US$ 12, o mesmo acontecendo com o BlackBerry Z10.
Telas não ficam muito atrás
Se os itens mais caros de um celular fossem colocados em uma competição, as telas ocupariam um lugar no pódio, às vezes empatadas com o armazenamento e atrás apenas do processador — e isso apenas nos lançamentos mais recentes. No iPhone 4, a tela custou US$ 15 (um dólar a mais do que o processador no mesmo aparelho).
No último smartphone lançado pela Apple, a tela sozinha foi responsável por US$ 18 do custo total de produção. Se juntarmos aí o gasto com o sistema de sensibilidade ao toque do dispositivo mais ainda a película de proteção, esse valor sobe para US$ 25,50, pouco mais baixo do que o do processador.
Telas costumam ser um dos componentes mais caros. (Fonte da imagem: Yutaka Tsutano)
O HTC Nexus One, o smartphone da Google, foi lançado há quase três anos, e todo o sistema de tela custou US$ 41,50. O valor é considerável para um aparelho cujo preço total de materiais foi de US$ 182. No Nokia N8, o valor da tela foi de US$ 39,25, conforme publicou o iSuppli.
Comunicação também pesa
Para um smartphone ser completo, ele precisa se comunicar. O sistema de comunicação dos aparelhos é composto por chips específicos para isso, responsáveis por transmitir voz e enviar SMS, por exemplo, e eles disputam com a tela um posto no pódio dos mais caros do aparelho.
No iPhone 5, tal sistema custou US$ 25, mais do que o dobro dos US$ 11 do mesmo dispositivo no iPhone 4. Por incrível que pareça, no BlackBerry Z10 este sistema custou apenas US$ 8, valor bem inferior ao do concorrente. O Nokia N8 manteve a média do iPhone, com o sistema baseband custando US$ 22.
O chassi também é caro
Outro item que encarece alguns produtos, e cujo preço pode variar bastante de acordo com o aparelho, é o chassi. O material escolhido para embarcar tudo aquilo que vai dentro do smartphone é essencial não só para melhor acabamento visual mas também para a sua proteção.
Materiais usados na composição do case, sejam eles eletrônicos ou mecânicos, costumam ter um peso significativo. No Nokia N8, por exemplo, esse quesito teve o custo de US$ 21,30; no HTC Nexus One, de US$ 38,90; no iPhone 5, de US$ 14; e, no BlackBerry Z10, US$ 17.
Material de acabamento também encarece um smartphone. (Fonte da imagem: Reprodução/Nokia)
Câmeras: pesando cada vez mais
Assim como processadores cada vez mais velozes encarecem os smartphones, a presença de câmeras cada vez mais potentes nesses aparelhos também contribui para um aumento do preço. Apesar de esses dispositivos ainda custarem menos do que itens de acabamento e também do que a tela, sua participação no preço final dos produtos tem aumentado.
No iPhone 5, a câmera custou US$ 10 (no iPhone 4 o valor era de apenas US$ 6). No BlackBerry Z10, a grande aposta da BlackBerry para enfrentar os gigantes do mundo dos smartphones, esse mesmo dispositivo custou US$ 15. Nesse ponto, alguns aparelhos, como o N8, destoam um pouco da média, custando US$ 31,10.
Considerações finais
Esses valores todos nem sempre respondem com exatidão sobre o quanto um smartphone custa, são mais especulações por parte de especialistas — afinal, as empresas quase nunca revelam esse tipo de informação.
De qualquer maneira, é uma visão aproximada que dá uma ideia do quanto determinados itens contribuem para o encarecimento de um dispositivo. Não se pode deixar de levar em conta também fatores subjetivos incluídos no preço final oferecido ao consumidor, como o valor da marca agregado ao produto e, é claro, o lucro de quem fabrica e de quem vende.