É isso mesmo que você leu: escrever no ar já não é mais uma fantasia. Isso porque dois estudantes de engenharia da Duke University, nos Estados Unidos, desenvolveram o protótipo de um aplicativo para Smartphones capaz disso, o chamado PhonePoint Pen. Para funcionar, o aplicativo utiliza-se das informações captadas pelos acelerômetros contidos no aparelho, pois assim ele pode identificar os movimentos realizados e gravar as letras no celular.
Mas afinal... o que vem a ser um acelerômetro?
Em um celular, a função principal do acelerômetro é identificar em qual posição ele está, podendo assim adaptar a tela de acordo com essa informação. Por exemplo: você o deixa na posição horizontal (de lado) e a tela gira para que seja possível vê-la adequadamente. No entanto, como podemos ver com o PhonePoint Pen, os acelerômetros começaram a ganhar novas utilidades dentro dos celulares.
Os acelerômetros não são usados somente em celulares, pois sua capacidade de detectar a aceleração relativa à queda-livre de objetos é muito útil em diversos outros ramos da tecnologia. Como exemplo, podemos citar o Wii Mote, o controle do Nintendo Wii, pois o acelerômetro é usado para complementar a função do sensor em sua ponta, tornando muito mais real a identificação de movimentos e fazendo com que seja possível jogar jogos de corrida utilizando o controle como volante.
Outras funções do acelerômetro incluem: trocar a música tocada no seu MP3, atender uma ligação, identificar movimentos bruscos de um laptop e evitar que qualquer dano ocorra em seu disco rígido por causa da queda, avaliar a performance dos freios de um carro e servir de contador de passos. Além disso, ele pode detectar diversas ações de um veículo, como freadas, acelerações e curvas, ajudando assim alguns aplicativos de GPS, os quais podem usar essas informações para localizar o carro quando ele perder o sinal do satélite usado pelo GPS.
Escrevendo no vácuo
Agora que você já sabe mais ou menos como funciona um acelerômetro, está pronto para entender como o PhonePoint Pen trabalha: ao realizar os movimentos da escrita, o acelerômetro identifica-os e junta-os, formando com essas informações uma imagem. Tal imagem é comparada com as de um banco de dados e, em seguida, converte a imagem criada para a letra que mais for parecida com aquilo escrito no ar.
No futuro, para usar tal aplicativo você precisaria baixá-lo em seu celular. Feito isso, provavelmente seria possível criar algum tipo de atalho para acessá-lo rapidamente, possibilitando assim simplesmente “sacar” o celular, apertar uma tecla, escrever a mensagem e salvá-la, tudo em menos de cinco segundos. É claro que o cenário aqui apresentado é hipotético, porém nada impede a sua concretização futura.
A variedade de utilidades encontráveis para a escrita no ar é vasta. Por exemplo, caso você esteja sozinho em um país do qual você desconhece a língua, o PhonePoint Pen poderia ser usado para se desenhar um vaso sanitário, possibilitando assim que você descobrisse onde fica o banheiro. Outras possibilidades incluem: postar mensagens no Twitter, responder recados no Orkut, anotar um endereço, entre outras coisas.
Praticidade? Talvez mais adiante.
O problema dessa primeira versão do PhonePoint Pen está no fato de ser necessário realizar os movimentos de cada letra isoladamente, ou seja, após terminar de escrever uma, deve-se esperar um momento para começar a próxima letra. Além disso, o usuário também precisaria escrever letras muito grandes para que o aplicativo as reconhecesse.
No entanto, tal problema provavelmente será resolvido conforme novas tecnologias sejam criadas, pois elas poderão vir a aumentar a sensibilidade dos acelerômetros, o que possibilitaria a captação de movimentos curtos. Isso aumentaria bastante a praticidade do aplicativo, pois no estágio atual (o qual ainda não está disponível comercialmente) deve ser no mínimo constrangedor ser visto por estranhos na rua enquanto fazendo movimentos desde o peito até a cintura para anotar um simples recado.
Levando esses fatos em consideração, podemos supor que existe uma grande probabilidade de o PhonePoint Pen não se tornar popular, isso porque os usuários talvez continuem a preferir digitar as suas mensagens. Apesar disso, também há a chance de ele “cair na boca do povo”, porém provavelmente somente no caso de ele evoluir o suficiente para tornar possível a “escrita corrida”, ou seja, deixar o usuário escrever como escreveria se estivesse anotando o recado em um papel. Mas independente disso, você há de convir de que tal aplicativo é muito interessante!
E você, usuário? O que achou dessa novidade? Pretende usar o PhonePoint Pen quando ele for lançado, ou preferirá continuar usando o teclado do celular?