Recentemente, um investidor bilionário chamado Peter Thiel foi bem enfático ao dizer: "A era da Apple chegou ao fim". Ele disse isso justamente no ano em que o primeiro iPhone completou dez anos de história — o que significa que a Apple chegou ao décimo aniversário de inovações, liderança de mercado (com a Samsung, claro) e funcionalidades revolucionárias.
Durante o mesmo período, vimos empresas evoluindo a passos largos (Alô, Samsung! Alô, LG!) e outras desaparecendo completamente (saudades da Nokia, que finalmente parece estar voltando ao mercado).
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Nós citamos o iPhone acima porque ele foi um dos grandes estopins da chegada dos smartphones ao usuário comum. Antes dele, os "celulares inteligentes" eram considerados muito "quadrados" e isso se deve ao caráter profissional deles. Quem se lembra dos Blackberry sabe bem do que estamos falando!
Mas depois desses 10 anos de mudanças e melhorias... Será que ainda tem para onde os smartphones evoluírem? Há argumentos para quem quer acreditar nisso, mas é bem mais fácil mostrar que eles chegaram ao ápice! Pois é... A partir de agora nós só vamos ver atualizações menores.
Já vi isso antes
De uma maneira bem resumida... No final da década de 1970, a Apple lançou seus primeiros computadores pessoais para competir com os IBMs quadradões que dominavam o mercado. Veio a década de 1980, outras empresas surgiram para disputar esse mercado e lá estava a Microsoft.
Quando os anos 90 chegaram, a Microsoft e o Windows dominavam o planeta e isso ficou ainda mais evidente quando a Microsoft comprou US$ 150 milhões em ações da rival (em 1997). Depois disso você já sabe: o Windows ficou cada vez mais forte com as fabricantes de PCs que se aliaram à Microsoft; ao mesmo tempo em que a Apple se fechou em seu ecossistema e se tornou uma empresa de nicho.
No mercado de PCs, Windows ficou cada vez mais forte com as fabricantes que se aliaram à Microsoft
Isso prosseguiu mesmo durante a "dinastia dos iPods", que conseguiam bons números no mercado internacional. Até que em 2007 surgiu o iPhone e tudo o que falamos lá no começo do texto aconteceu...
O mercado de PCs nos deixa uma lição
Durante muitos anos, vimos o mercado de PCs crescendo e se desenvolvendo com os seus consumidores. Testemunhamos grandes desktops pesados se tornando máquinas poderosas e mais leves, cada vez mais potentes e compactas. Um pouco depois, foram os notebooks que seguiram esse mesmo passo, e até equipamentos gamer já são uma realidade mais acessível.
No entanto, além da evolução dos componentes que já conhecemos, o que pode acontecer no mercado de PCs? Mais memória RAM! Processadores mais velozes e econômicos! Telas com resoluções maiores! Gráficos de alto nível!
O hardware vai continuar evoluindo, mas e a revolução que esperávamos já aconteceu
Tudo isso pode ser visto também em outro segmento, não é mesmo? Exatamente: no dos smartphones, que seguiram os mesmos passos dos PCs e ainda fizeram isso com velocidades muito maiores — afinal de contas, a miniaturização não foge muito do que pregava a lei de Moore.
E agora, smartphones?
Desconsiderando as capacidades de hardware díspares entre PCs e celulares, eles basicamente estão no mesmo momento. Existem poucas inovações que podem surgir em seus segmentos e é bem difícil que alguma delas seja realmente disruptiva — como foi o touchscreen ou a miniaturização das capacidades de câmera integrada.
Isso quer dizer que não vão existir mais inovações? Não! Claro que não! Mas são muito grandes as probabilidades de que elas sejam limitadas a nichos menores.
Os Moto Snaps da Motorola representam uma das inovações mais recentes do mercado, junto com os módulos do LG G5
Exemplos bem simples podem ser lembrados aqui. A realidade aumentada pode trazer muitas possibilidades para a tecnologia dos smartphones e o Project Tango está aí para comprovar. Mas ela é limitada a profissionais e alguns jogos; não há integração total da realidade aumentada nos smartphones.
Com a realidade virtual a história se assemelha: games e tours digitais? Ótimo! Navegar na internet? Algo completamente exagerado e muito mais cansativo do que os consumidores estão dispostos a aceitar.
E o que vem a seguir? Os aparelhos modulares já estão no mercado. Os dispositivos com sensores biométricos, tambémambém. E a inteligência artificial dos assistentes pessoais? Uma realidade cada vez mais poderosa. Telas mais completas? Claro que sim, mas nada que faça o queixo cair. Tudo isso tem muito espaço para evoluir, mas novidades disruptivas são puramente conceituais (e nem tudo que é conceitual se torna real, como você já deve saber).
Para onde evoluir?
Já falamos várias vezes durante este texto: a maior parte da evolução agora deve estar mesmo na atualização de hardware, de software... De recursos que já temos e que ainda não chegaram ao topo de suas cadeias.
As fabricantes ainda podem explorar (e muito) essas possibilidades, sendo que isso pode ser determinante para que vejamos alguma mudança no ranking das grandes líderes nos próximos cinco anos. Como elas farão isso é o que veremos junto com a chegada da história.
Algo que ainda deve ser respondido: quem podem ser as grandes empresas do mercado internacional nos próximos anos?
Há quem espere que as empresas chinesas vão conseguir romper as barreiras do mercado; que Apple e Samsung permanecerão no topo. Há também quem aposte que é a Motorola que vai conseguir ser o que hoje é a Samsung. Independente de qual seja o grande nome, é certo que isso só vai acontecer se houver uma adaptação a este mercado tão complexo que é a tecnologia.
E uma pergunta fica: se já vimos os PCs e os smartphones nesse movimento, qual vai ser o próximo grande segmento a dominar o mundo e o mercado? Será que é possível prever isso? Aproveite e conte pra nós...
Você que ainda veremos grandes revoluções no mercado de smartphones?