Quando levamos em consideração as limitações de espaço oferecidas por smartphones, é fácil se surpreender com a sofisticação da tecnologia disponível atualmente no mercado. A cada ano que passa, fabricantes conseguem se superar ao apostar em sensores mais eficientes e com tamanhos de pixels variados — tudo isso para chamar a atenção dos consumidores.
No entanto, uma nova tendência mostra que ainda há muito a se explorar nessa área. Nomes como LG e Huaweiestão começando a oferecer aparelhos com sistemas de lentes duplas que prometem revolucionar a qualidade das imagens registradas por gadgets da categoria, sem que para isso seja preciso apostar no aumento de suas espessuras.
Reforçando os indícios de que isso não se trata de uma mera “moda passageira”, rumores indicam que até mesmo a Apple está pensando em adotar uma solução do tipo com o iPhone 7 Plus. Caso isso se concretize, não deve demorar muito até que a solução se torne um padrão do mercado e que pensemos nela somente como uma evolução natural — tal qual encaramos processadores dual e quad-core atualmente.
Mais clareza e profundidade
Uma das vantagens de apostar em sistemas com duas lentes é o fato de que cada uma delas pode se dedicar ao registro de diferentes informações de forma dedicada. Em vez de ter que lidar com uma câmera única que computa dados relacionados a cores, profundidade e foco, um sistema duplo pode dividir essas tarefas e obter resultados muito melhores.
No LG G5, por exemplo, a câmera secundária grande-angular de 8 megapixels se mostra um complemento que auxilia a lente principal de 16 megapixels a registrar melhor fotos de grupos, de paisagens ou de peças arquitetônicas. O hardware complementar também ajuda a trabalhar melhor com o zoom — aspecto que é bastante prejudicado pelo tamanho diminuto dos celulares disponíveis no mercado.
LG G5 e Huawei P9
Já o P9, da Huawei, aposta em uma lente secundária com características monocromáticas cujo objetivo é capturar mais luz do ambiente. Com isso, as fotografias produzidas pelo smartphone tendem a apresentar níveis de iluminação mais complexos e agradáveis ao olhar do que as produzidas por um aparelho que possui somente uma câmera.
Obviamente, não são em todas as situações em que essas vantagens ficam claras e é preciso que o hardware utilizado na lente principal também seja muito bom. E é justamente isso que a Huawei parece ter feito, criando um sistema duplo que estabelece um novo patamar de qualidade para a categoria.
O que mais surpreende no P9 é o fato de que, mesmo com esse sistema fotográfico sofisticado, o smartphone é extremamente fino e tem espaço para uma generosa bateria de 3.000 mAh. Se a fabricante teve que fazer algum sacrifício físico para conseguir abarcar seu novo sistema de imagens, isso em nenhum momento fica claro para o consumidor.
Qualidade sem sacrifícios de design
Um elemento comum nos aparelhos da Huawei e da LG é o fato de que nenhuma das empresas teve que fazer sacrifícios de design aparentes para oferecer uma maior qualidade fotográfica aos consumidores. Isso ajuda a reforçar os indícios de que ambas as empresas — e outros nomes importantes da indústria — vão apostar no modelo como um padrão.
Obviamente, de nada adianta apostar em novidades de hardware caso elas não sejam acompanhadas por um software a altura. Nesse sentido, tanto o G5 quanto o P9 apresentam um desempenho notável e sistemas que integram muito bem os novos sensores utilizados por cada uma das companhias.
A LG, por exemplo, permite tanto combinar os resultados obtidos pelas duas câmeras quanto usar cada uma delas de maneira individual. Com isso, na prática, você tem a disposição três maneiras distintas de capturar uma imagem sem ter que realizar nenhuma troca de aparelho — basta apertar um botão virtual para realizar essa transição.
A acessibilidade da interface oferecida pela organização sul-coreana permite que até mesmo quem não tem conhecimentos técnicos de fotografia aproveite bem o novo sistema. Ao permitir a experimentação de forma fácil, a empresa garante que os consumidores se interessem mais pela criação de imagens bonitas e passem a apreciar mais o hardware do aparelho adquirido.
O único ponto que pode incomodar alguns consumidores é a velocidade de captura
Uma das vantagens oferecidas pelo G5 e pelo P9 é o fato de que a exibição das imagens não fica restrita a esses aparelhos. Ao contrário do que acontece no site Live Photos da Apple, por exemplo, todas as fotografias criadas com os sistemas de lentes duplas podem ser compartilhadas em redes sociais e enviadas para seus contatos sem nenhuma restrição.
O único ponto que pode incomodar alguns consumidores é a velocidade de captura, que é ligeiramente mais lenta que a de um produto com uma câmera individual. No entanto, o intervalo não chega a ser exatamente notável, especialmente quando a intenção não é registrar diversas fotografias em sequência.
Futuro recheado de sensores
Caso os rumores se provem verdade e a Apple realmente decida incorporar dois sensores fotográficos no iPhone 7 Plus, tecnologias do tipo têm tudo para tomar o mercado em questão de pouco tempo. Independente de seus gostos pessoais, é preciso reconhecer a influência que a Companhia da Maçã têm no mercado de smartphones, especialmente entre os consumidores menos antenados com esse segmento.
A Light L16 é uma câmera repleta de sensores
Mesmo que isso não aconteça, tudo aponta para um futuro em que as vantagens de sistemas com múltiplas lentes vão ser reconhecidas tanto por fabricantes quanto pelos usuários. Um período distante pode até mesmo resultar em cenários em que diversas lentes especializadas vão ser adotadas, de forma semelhante ao que acontece na câmera Light L16.
Em um cenário em que evoluções de hardware se tornam cada vez mais discretas aos olhos do público, a aposta em câmeras mais poderosas também deve beneficiar bastante a indústria. Afinal, não são somente entusiastas que gostam de registrar boas fotografias, sendo esse um elemento que é fácil de mostrar ao público e estabelecer comparações que incentivem a realização de upgrades.
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