Você se lembra daquela história maluca sobre um smartphone fabricado pela companhia indiana Ringing Bells que é vendido por menos de R$ 30? O aparelho, que na conversão direta em rúpias sai por R$ 16, enfureceu a concorrência e fez muita gente desconfiar se o dispositivo é mesmo de verdade.
Segundo a BBC, os protótipos do Freedom 251 mostrados para a imprensa eram modelos chineses Ikon 4, da Adcom, com a logo da fabricante original escondido com tinta branca. Esse smartphone, de uma importadora de produtos que fica na Índia, é vendido normalmente por R$ 240 e parece idêntico ao tal "celular batareza". Ambos os lados negaram a acusação de que se trata do mesmo aparelho.
Além disso, a Indian Celullar Association escreveu um comunicado para o ministro das Telecomunicações, Ravi Shankar Prasad, afirmando que não é possível vender um aparelho 3G por tão pouco. O site da Ringing Bells até saiu do ar e todas as pré-vendas do aparelho se esgotaram rapidamente, com as unidades sendo reservadas até mesmo nas lojas físicas da marca.
Como é possível?
A BBC tentou especular algumas possibilidades de fraude do Freedom 251. A primeira é que o smartphone é subsidiado, ou seja, teve os custos cobertos por algum órgão ou alguém. A marca nega, mas especialistas que conhecem os gastos (mesmo na fabricação de um celular de entrada) alegam que não é possível cobrir dessa forma os gastos com distribuição, produção e marketing. Um preço "natural" para esse tipo de aparelho seria algo em torno de R$ 160.
A concorrente Datawind, que fez tablets para o governo indiano, diz que a fabricação dos componentes do Freedom 251 é oito vezes maior do que o preço da venda — sendo que peças como chips de memória possuem um valor global fixado.
A Ringing Bells alega que a economia em escala ajuda a cobrir os gastos. Esse processo envolve baixos custos de produção graças à fabricação em massa. Só será possível saber se o smartphone é fraude ou verdade em junho de 2016, quando as entregas começarão na Índia.
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