(Fonte da imagem: Reprodução/Extreme Tech)Estamos perto de 2015 e o sonho do DeLorean voador ainda parece um pouco distante — apesar de alguns esforços —, no entanto tecnologias relacionadas a carros autônomos têm avançado a passos largos nos últimos anos. A Volvo, que tem investido muito na área, está desenvolvendo atualmente um projeto que propõe o uso de ímãs na estrada para que os veículos inteligentes não saiam da estrada.
Ao testar o conceito em uma rua de 100 metros na Suíça, a empresa afirma ter criado “trilhos invisíveis” ao longo do caminho — com ímãs de 4 por 1,5 centímetros instalados a 20 centímetros abaixo da superfície — e obtido resultados encorajadores ao fim da experiência, que foi realizada testando o automóvel em várias velocidades.
Os engenheiros que trabalham no projeto calcularam que um carro precisaria obter ao menos 400 leituras magnéticas por segundo para se manter estreito em linha reta — um sensor magnético comum pode fazer apenas três leituras por segundo, e mesmo assim apenas quando ele está a poucos centímetros do ímã.
Sendo assim, os pesquisadores da empresa resolveram envolver sua própria plataforma magnética com 5 módulos de sensores, cada um com 15 sensores magnéticos menores. A plataforma foi presa à parte inferior do carro e, a partir daí, conseguiu chegar a 500 leituras por segundo.
(Fonte da imagem: Reprodução/Extreme Tech)
Vantagens da estrada magnética
A Volvo também diz que, além de evitar acidentes, outro benefício gerado pela implantação do projeto seria uma melhor administração do espaço físico de cada via, acelerando, desta forma, a velocidade do tráfego. Segundo a companhia, no teste houve uma margem muito pequena de imprecisão no posicionamento do veículo na faixa, uma variação de menos de 10 centímetros.
O sistema magnético também teria vantagem sobre os sistemas de GPS e câmeras, uma vez que condições climáticas calamitosas não representariam grande obstáculo para fazer com que o veículo se mantenha em linha reta. Além disso, ímãs não são facilmente danificados como aparelhos eletrônicos.
“Nossa experiência até o momento com os trilhos magnéticos tem se mostrado uma solução eficiente, confiável e relativamente barata, tanto no que se refere à infraestrutura quanto à tecnologia de sensores de bordo. O próximo passo é conduzir testes no trânsito da vida real”, diz Jonas Ekmark, líder de segurança preventiva da companhia.
A discussão do custo-benefício
Carros inteligentes mais ambiciosos são extremamente caros. A Volvo acredita que a implantação desse sistema nas ruas ajude no barateamento do custo dos veículos autônomos, visto que a tecnologia presente no automóvel passe a ser mais simples. Enquanto o pacote de sensores do carro inteligente da Google custa cerca de US$ 150 mil, a Volvo estima que seu pacote de sensores magnéticos adicionem apenas US$ 109 ao custo do veículo, quando produzido em grandes quantidades.
Por outro lado, inserir incontáveis ímãs no subsolo ao longo de estradas com milhares de quilômetros está longe de parecer algo barato e de fácil implantação. Questões como a manutenção das ruasquando o asfalto começar a se desgastar ou rachar e os ímãs ficarem expostos e danificados também surgem. A Volvo afirma que a instalação dos “trilhos” em uma estrada típica de duas vias custaria, em média, US$ 24.405 por quilômetro.
Mesmo podendo parecendo um custo alto, a Secretaria de Transportes da Suécia, que financiou parte da pesquisa, ficou muito interessada no potencial do projeto e já demonstra vontade transformar o país em pioneiro da tecnologia e implantar o sistema pelas estradas de lá no futuro.
Comparação entre sistemas
Fazendo um balanço geral, conjuntos de sensores mais caros são excelentes para que o motorista tire uma soneca enquanto o carro se dirige sozinho, mas ainda exigem um clima favorável, tendo seu funcionamento muitas vezes afetado por neblina ou neve. Já a implementação de estradas magnéticas — tal como outras tecnologias passivas — mostra-se mais confiável, porém pouco conveniente.
Sistemas de bordo são dinâmicos mas frágeis. Ímãs são mais seguros, mas apenas mantêm o veículo na estrada. É difícil saber no momento qual seria a melhor opção, mas, ao fim, provavelmente a estratégia mais aceita será aquela que se tornar mais facilmente praticável.
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