Mark conta a história da Mozilla Foundation e da criação do Firefox (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Você pode ser usuário do Google Chrome, do Safari, do Opera ou até mesmo do Internet Explorer, tudo bem. Contudo, o acesso à internet da maneira que conhecemos hoje é inegavelmente graças ao trabalho da Mozilla Foundation e seu diretor executivo Mark Surman.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
O produto mais famoso da instituição sem fins lucrativos – o navegador Firefox – surgiu em 2003, quando Surman olhou para a web e achou que ela era simplesmente “uma porcaria”, nas palavras do próprio programador. A Microsoft monopolizava a rede com seu Internet Explorer, que na época era um tanto lento e cheio de limitações desagradáveis.
Foi neste cenário que Mark decidiu juntar um grupo de dez desenvolvedores e começar a trabalhar em um browser mais livre, gratuito, rápido e que pudesse ser moldado de acordo com a vontade do usuário. Hoje o Firefox disputa o lugar do navegador mais popular do mundo, enquanto a Mozilla Foundation continua caminhando em sua longa estrada de desafios para construir uma web mais livre, divertida e didática.
Palestrando durante a Campus Party 2013, Mark Surman explicou em detalhes sobre o Mozilla Webmaker, plataforma online que concentra ferramentas de desenvolvimento de conteúdo digital. O executivo ainda aproveitou o discurso para afirmar a superioridade do Firefox sobre o Google Chrome e dar uma leve alfinetada na empresa de Tim Cook.
Atual logo da Mozilla Foundation (Fonte da imagem: Divulgação/Mozilla Foundation)
Vendo a web debaixo da camada principal
Mark pergunta ao público como eles se sentiriam caso pudessem ver a web por detrás de suas camadas. “A internet é feita de peças LEGO”, brinca. “Milhares e milhares de peças aglomeradas que juntas formam o YouTube que nós conhecemos, por exemplo. Não seria genial se a nova juventude pudesse ver essas peças e montar coisas com as suas próprias?”
O intuito do Mozilla Webmaker é, conforme a própria descrição de Surman, transformar as próximas gerações de consumidores de conteúdo em criadores de conteúdo. Para isso, a plataforma conta com aplicativos bastante simples, mas que permitem a criação de material de uma forma divertida, didática e detalhada.
O X-Ray Goggles, por exemplo, é uma extensão para Firefox que permite ao usuário ver o código HTML/CSS por detrás de cada pedaço de um site qualquer. Basta ligar o complemento e passar o mouse em cima de textos, imagens e blocos de conteúdo para visualizar e editar o código-fonte de uma página, vendo as modificações em tempo real.
Vídeo feito com o Popcorn Maker, um dos aplicativos online do Mozilla Webmaker (Fonte da imagem: Reprodução/Popcorn Maker)
Já o Popcorn Maker é um editor de slides em HTML5. O resultado fica bastante bonito e é possível adicionar trilha sonora, imagens (através de URLs), tweets e até mesmo outros vídeos dentro do seu código. Com tudo finalizado, basta copiar o código gerado e embutir sua criação em postagens de blogs, redes sociais, emails e onde mais sua imaginação permitir.
“Fizemos uma pesquisa no Reino Unido e 67% das crianças de lá gostariam de aprender programação. Pensamos em um jeito que fosse ao mesmo tempo divertido, simples e efetivo de ensinar produção de conteúdo multimídia para a web. Afinal, lutamos por uma internet livre, e todos devem ter acesso a conhecimentos da própria internet. É isto que estamos fazendo com o Webmaker”, afirma Surman.
Mark deseja levar mais liberdade para as plataformas móveis (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Liberdade na internet móvel
Não contente em transformar o mundo dos computadores em algo mais livre e democrático, o fundador da Mozilla também quer transformar a web móvel – e sua arma se chama Firefox OS. “O mundo dos celulares está cada vez mais fechado, e podemos pegar como exemplo o iPhone, da Apple. É um celular bom, com uma caixinha bonitinha, mas não podemos abrir isto e ver como funciona”, simplificou. “O Firefox OS vai permitir a mesma liberdade de ‘fuçar’ na web que os usuários do navegador Firefox e do Mozilla Webmaker já têm”.
Ao ser questionado sobre a competição com o browser Google Chrome, o executivo foi sincero e afirmou que de fato o Firefox teve uma recaída com algumas versões recentes e perdeu muitos usuários. Contudo, ele garante que aqueles dispostos a voltar para o navegador da Raposa ficarão surpreendidos com a rapidez, estabilidade e opções de personalização empregadas nas últimas atualizações. “Afinal, somos Mozilla. Nós criamos a web junto com vocês”, conclui.
Categorias