Ismail citou Swartz como exemplo de gênio não aproveitado (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
O CEO e fundador da Singularity University, instituição que se foca na formação de líderes e empresários que possam moldar o futuro, subiu hoje (31) ao palco principal da Campus Party Brasil 6 (CPBR6) para realizar uma palestra que, certamente, motivará muitos da plateia a seguir seus sonhos e revolucionar o mundo de alguma forma. Logo no início, Ismail fez questão de explicitar: “O mundo está ficando louco e, para consertá-lo, precisamos de pessoas loucas”.
O diretor explicou que, atualmente, nos encontramos em meio a uma revolução tecnológica. Nos últimos 100 anos, a humanidade fez conquistas incríveis, como diminuir a mortalidade e baratear as ligações telefônicas, melhorando muito o mundo. No passado, nossos computadores possuíam capacidade de processamento equivalente ao cérebro de um inseto. Hoje, essa capacidade já é comparada ao cérebro de um rato e, no futuro, ultrapassará a capacidade do cérebro humano. Isso gera uma pergunta que não sai da cabeça de Ismail: o que faremos com todo esse processamento, daqui alguns anos?
Tecnologias que vão influenciar o futuro
Para tentar responder a essa indagação, Ismail apresentou diversas tendências que prometem dar forma a um futuro muito interessante. Para começar, ele falou da importância da análise de dados enviados diariamente para a internet, missão já dominada por empresas bilionárias, como Google e Facebook.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Além disso, ele focou também a importância da evolução e do barateamento das impressoras 3D, que por sinal estão presentes na CPBR6. O palestrante, inclusive, vestia um cinto verde que havia sido produzido por uma dessas máquinas, mostrando que a complexidade de objetos ou a maleabilidade do material criado não é problema para uma impressora 3D. No futuro, órgãos serão criados dessa forma, além de outras coisas alucinantes que já citamos no Tecmundo.
Esse é o tipo de assunto estudado na Singularity University, segundo Ismail, além de campos como robótica e neurociência, sempre com a ajuda da tecnologia e computação. Esse tipo de assunto compõe 80% do currículo da universidade e, portanto, não é de se espantar que, no ano passado, cerca de 4 mil pessoas disputaram as 80 vagas disponíveis nos cursos de verão da instituição. E Ismail não esconde: a maior parte dos alunos vem do Brasil.
Tecnologias baratas quer dizer “mais hackings”
Entre os outros assuntos citados por Ismail estão a presença de robôs voadores que podem carregar cargas pesadas, sendo muito úteis, por exemplo, para entregar alimentos e medicamentos em áreas de difícil acesso na África. Ele citou também o caso do pai que modificou um quadricóptero para acompanhar seus filhos ao ponto de ônibus.
Segundo o palestrante, isso só é possível porque tecnologias ou produtos que antes eram caros, como helicópteros radiocontrolados, baratearam muito. Isso possibilita, por exemplo, que mais pessoas coloquem as mãos nesses “brinquedos” e os modifiquem, hackeando-os e encontrando usos que não foram previstos pelos fabricantes.
Ismail também citou como exemplo de inovação para o futuro os avanços em projetos de carros que dispensam motoristas, como o Google Car, uma das tecnologias que devem revolucionar esta década. Ismail afirmou também a possibilidade de “hackear” organismos vivos, citando, por exemplo, os gatos que foram modificados para brilhar no escuro. Para Ismail, se hoje hackeamos computadores, no futuro as próximas gerações hackearão o cachorro da família.
O futuro da medicina
A medicina também deve ser impactada pelos avanços tecnológicos, já que boa parte dos procedimentos médicos serão executados por gadgets divulgados amplamente. Ele cita o caso, por exemplo, da luta contra a malária, doença que afeta a população de muitos países. Diariamente, surgem cerca de 200 mil casos de malária por dia e, para realizar o diagnóstico, são necessários pelo menos 20 minutos. Isso deixa o procedimento médico em desvantagem, pois ele não consegue acompanhar a taxa de infecção.
MalariaSpot.org agilizou o diagnóstico feito por médicos (Fonte da imagem: Reprodução/MalariaSpot.org)
Felizmente, um ex-aluno da Singularity que hoje trabalha para as Nações Unidas conseguiu atenuar um pouco essa desvantagem. A solução? Transformou a identificação de parasitas em um jogo de tiro em primeira pessoa que pode ser jogado por voluntários do mundo todo. Por meio do MalariaSpot.org, 20 mil pessoas identificaram 250 mil parasitas em apenas três semanas.
É preciso ser louco!
De acordo com Ismail, os governos ainda não mudaram suas formas de prever o futuro. As estimativas feitas pelos grandes líderes mundiais são de forma linear, enquanto o crescimento da tecnologia hoje é exponencial. Para isso, é necessário que cada vez mais empreendedores invadam o mundo com suas ideias inovadoras. E, segundo Ismail, para ser um bom empreendedor é preciso ser louco.
(Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
O CEO terminou sua palestra pedindo a todos: “Sejam loucos, por favor! É a geração de vocês que vai consertar o que a minha geração estragou. Animem-se a respeito de algum problema, pensam nas tecnologias que vocês podem utilizar e resolvam os problemas do mundo”. E aí, vai encarar?
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